Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Crise climática aprofunda desigualdade, aponta Anistia Internacional

Segundo relatório da ONG, a crise climática tem efeitos desproporcionais e desiguais, prejudicando ainda mais a população vulnerável

Redação Publicado em 13/08/2021, às 10h58 - Atualizado às 10h59

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Fogo na Amazônia em agosto de 2019 (Foto: Victor Moriyama/Getty Images)
Fogo na Amazônia em agosto de 2019 (Foto: Victor Moriyama/Getty Images)

Em meio a ondas de calor, tempestades, incêndios e outras emergências climáticas que tomam conta dos noticiários, a Anistia Internacional publicou o relatório Parem de Queimar Nossos Direitos nesta sexta, 13. O documento explica que a crise climática aprofunda a desigualdade, tratando-se também de uma crise dos direitos humanos.

Conforme noticiado pela Folha de S. Paulo, o relatório afirma que a crise climática tem consequências desproporcionais, afetando injustamente alguns países. Em algumas nações, por exemplo, as mudanças afetam o direito à vida, água potável, segurança alimentar, moradia, saúde, trabalho e outros.

+++LEIA MAIS: 10 mil espécies correm risco de extinção na Amazônia, mostra relatório

Segundo o documento, mais de 20 milhões de pessoas foram deslocadas internamente, em média, a cada ano entre 2008 e 2019 por causa de eventos relacionados ao clima, seja queimadas, secas e outros.

Assim, a ONG alerta para a importância da redução da emissão de carbono, principal responsável pela elevação da temperatura global. O levantamento aponta que, desde os tempos pré-industriais, a temperatura do planeta subiu cerca de 1,1ºC — e não pode passar de 1,5ºC, pois levaria à catástrofe.

+++LEIA MAIS: Bolsonaro cita 'maravilhas' do Brasil em vídeo - e inclui Antártica: 'Amazônia, Antártica, agricultura...'

Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, disse à Folha sobre a situação brasileira em relação à crise climática: “As autoridades públicas no Brasil têm contribuído para que haja um desmonte da agenda ambiental, mas não há mais espaço para o negacionismo. A vida de brasileiros e brasileiras deve vir em primeiro lugar.”

Segundo Werneck, o Brasil não está fazendo o suficiente para enfrentar a crise climática e proteger a população: “Temos visto decisões equivocadas, perigosas e muita negligência. O governo não se coloca ao lado da proteção do ambiente natural nem dos sujeitos de grupos populacionais como indígenas, quilombolas e moradores das periferias das cidades para mitigar e superar os impactos da crise climática.”

+++LEIA MAIS: Com recorde de desmatamento, Ibama tem apenas 26% de analistas necessários para fiscalização

O relatório da ONG chama a atenção para a importância das autoridades enfrentarem a crise climática porque, ao contrário, o desequilíbrio entre nações é acentuado. De acordo com a Folha, a Anistia Internacional afirma que, de 1990 a 2015, os 10% mais ricos da população mundial (630 milhões de pessoas) foram responsáveis por mais da metade das emissões acumuladas de carbono, enquanto os 50% mais pobres (3,1 bilhões de pessoas) foram responsáveis por apenas 7% das emissões acumuladas.


+++ FIUK: 'TENHO ROCK NA VEIA DESDE CRIANÇA' | ENTREVISTA | RS