O presidente discursou na Assembleia-Geral da ONU nesta terça, 21, e falou falsamente em diminuição do desmatamento na Amazônia
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez o discurso de abertura da 76ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nesta terça, 21. Ao longo da fala, o chefe de Estado brasileiro disse falsamente que o governo ofereceu um auxílio emergencial de US$ 800 (equivalente a R$ 4.265, segundo cotação do dólar desta terça, 21) para atender os que foram “obrigados a ficar em casa” por prefeitos e governadores.
No início da fala, o presidente afirmou que a “ameaça do socialismo” foi afastada desde que assumiu a presidência do país. Bolsonaro também disse que a imagem do Brasil perante o mundo foi “recuperada”, apesar de o governo brasileiro ser alvo de diversas críticas e denúncias ao redor do mundo.
Devido à gestão da pandemia, como auxílio do tratamento precoce contra covid-19, Jair Bolsonaro é amplamente criticado por outros países. O desmatamento na Amazônia, que bateu recorde no acumulado entre agosto de 2020 e julho de 2021, também preocupa ativistas, ambientalistas e líderes de outros países.
Apesar das críticas recorrentes, Bolsonaro disse que o Código Florestal brasileiro deveria ser modelo para o mundo: “Nenhum país do mundo possui uma legislação ambiental tão completa quanto a nossa. Nossa agricultura é sustentável e de baixo carbono”.
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O presidente ainda mentiu ao falar que houve 32% de redução no desmatamento da Amazônia em agosto, em relação ao mesmo mês de 2020. No entanto, segundo dados do Imazon, houve aumento de 7% - número recorde desde 2012.
Apesar dos cortes de orçamento do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que apresenta um déficit de agentes para fiscalizar irregularidades ambientais e aplicar embargos, segundo a Folha, Bolsonaro falou em aumento de recursos.
“Os recursos para fiscalização, nos órgãos ambientais, foram dobrados. E os resultados já começam a aparecer,” disse o presidente, que ainda falou que “indígenas desejam utilizar suas terras para agricultura e outras atividades”.
Ao defender o tratamento precoce, sem eficácia comprovada contra a covid-19, Bolsonaro admitiu ter se tratado com os remédios: “Fiz tratamento inicial [contra a covid]. Nosso governo é contra a vacinação obrigatória. Não entendemos por que muitos países se posicionaram contra o tratamento inicial.”
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Bolsonaro terminou o discurso ao afirmar que o Brasil recuperou a credibilidade perante o mundo, e tem uma política externa séria e responsável.