Elon Musk afirmou que houve violação do acordo por não fornecerem todas as informações solicitadas pelo bilionário
O bilionário Elon Musk informou nesta sexta-feira, 8, que desistiu do acordo de compra do Twitter. Em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, da sigla em inglês) ele afirmou que houve uma violação de várias disposições do acordo.
Em resposta, o Twitter disse que a empresa vai recorrer à Justiça para fazer valer o negócio firmado com Musk e mantê-lo em seu preço de acordo de US$ 54,20 por ação. A rede social pode ser obrigada a pagar uma taxa de rescisão ao bilionário em circunstâncias específicas.
O acordo determina que Musk deve pagar uma multa US$ 1 bilhão ao Twitter se houver quebra de contrato ou se o negócio virar uma disputa judicial, a menos que consiga provar que o Twitter o enganou significativamente sobre fatores relacionados ao valor da empresa.
Musk vinha questionando a plataforma sobre o número de contas falsas e de spam, e já havia ameaçado desistir da compra se não pudesse realizar sua própria análise. A rede social diz que os perfis fake representam menos de 5% de sua base de 229 milhões de usuários.
No entanto, em análise parcial feita com dados fornecidos pela companhia mostram que o número é maior. Segundo seus advogados, tudo indica que as informações divulgadas sobre as contas suspeitas são "falsas ou materialmente enganosas".
"O Twitter falhou ou se recusou a fornecer essas informações. Às vezes, o Twitter ignorou os pedidos de Musk, às vezes os rejeitou por razões que parecem injustificadas e, às vezes, afirmou cumprir ao fornecer informações incompletas ou inutilizáveis a Musk", informou o comunicado.
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O assunto veio ao público na própria plataforma, quando o presidente-executivo da rede social, Parag Agrawal, defendeu a empresa em uma série de tuítes e Musk o respondeu com um emoji de cocô.
Elon Musk fechou um acordo de aquisição com o Twitter no dia 26 de abril, de cerca de US$ 44 bilhões. A decisão foi confirmada pelo Conselho de Administração da rede social. Criada em 2006, a plataforma tem mais de 217 milhões de usuários mensais.
No processo de compra, Musk revelou abertamente que seu interesse na plataforma é pela “democracia” e “liberdade de expressão”. Entre as mudanças, o bilionário afirmou querer abrir o código do algoritmo da rede social, que orienta, por exemplo, a exibição de posts, e autenticar todos os usuários humanos.