Música

A história polêmica de “Money for Nothing”, do Dire Straits

Um dos maiores clássicos da banda britânica causa polêmica até os dias de hoje

Lucas Peçanha

Publicado em 29/10/2024, às 16h00
Um dos maiores clássicos da banda britânica causa polêmica até os dias de hoje - Créditos: Reprodução/Amazon
Um dos maiores clássicos da banda britânica causa polêmica até os dias de hoje - Créditos: Reprodução/Amazon

I want my MTV”. A introdução para “Money for Nothing”, cantada por Sting em parceria com a banda, tornou-se uma das mais populares da história do rock. A música, presente no álbum “Brothers in Arms”, lançado em 1985, chegou a atingir a quarta posição nas paradas do Reino Unido, terra natal do grupo – mas como nem tudo são flores, o grande sucesso veio acompanhado de grandes polêmicas por conta de sua letra.

A ideia para Mark Knopfler compor a faixa veio de uma ida sua e de John Illsley, o baixista do Dire Straits, à uma loja de eletrodomésticos em Nova York. As TVs do local estavam sintonizadas na tão famosa MTV, que havia se tornado uma das grandes obsessões dos artistas da época. 

Então, ambos repararam em um homem, vestindo uma camisa xadrez, um boné de beisebol e botas, comentando com um colega o seu arrependimento de não ter aprendido a tocar algum instrumento no passado pois, assim, não precisaria ficar carregando caixas pesadas o dia todo. Completou, ainda, dizendo que os músicos eram as reais pessoas felizes. Afinal, em sua concepção, eles faziam sucesso de maneira fácil, ganhando dinheiro por nada.

Um videoclipe inovador

Após a chegada da MTV, os videoclipes viraram um verdadeiro cartão de visita para as bandas apresentarem suas músicas ao público. Os músicos investiram em mostrar suas performances da música determinada durantes os videoclipes, muitas vezes junto de atores protagonizando uma história que a produção quer contar. E o Dire Straits apostou em algo completamente diferente do convencional. 

Em 1995, mesmo ano no qual Toy Story era lançado pela Pixar, a banda contou com a ajuda dos produtores Ian Pearson e Gavin Blair e do diretor Steve Barron, também responsável pela concepção e criação do videoclipe de “Take On Me”, do A-ha, para levar a música às telas com o uso de computação gráfica. 

Utilizando um Quantel Paintbox, um hardware dedicado para a criação desse tipo de tecnologia que também trouxe à vida a capa do álbum “The Miracle”, do Queen, Barron e companhia deram um show para o que era considerado avançado para a época, e criaram um videoclipe que levou para casa o prêmio de “Melhor Vídeo” no VMA, em 1986, além de ter sido o primeiro a ser exibido na MTV europeia.

Confira o videoclipe oficial logo abaixo:

Acusação de homofobia

Apesar de premiado, o videoclipe da música desagradou uma parcela do público pela utilização da palavra faggot - termo pejorativo utilizado, em inglês, para se referir à pessoas LGBTQIAPN+. 

Em entrevista à Rolling Stone, Mark Knopfler explicou que a música é cantada do ponto de vista de um personagem fictício, "um homem ignorante e que vê tudo em termos financeiros". Vale lembrar que o tal personagem foi baseado no homem que Mark e John encontraram em uma loja de eletrodomésticos. 

Diante dessa situação, foi solicitada pela CBSC a criação de uma versão editada da música, na qual a palavra faggot seria substituída por outra. Knopfler entendeu que poderiam deixar de utilizar o termo que há décadas é utilizado de forma preconceituosa e odiosa, e que simplesmente trocá-lo por outra palavra não alteraria o sentido da música.

A banda passou, então, a utilizar outros termos na canção. Ao apresentarem-se no Live Aid de 1985, por exemplo, a trocaram por queenie (rainhazinha, em inglês). Já em apresentações recentes, como a de Knopfler em Nova York no ano de 2019, durante a Down The Road Wherever Tour, ele trocou o termo por mother (abreviando a palavra motherfucker, que seria algo como safado, em português).

Em 2010, o Canadá chegou a proibir a reprodução do hit nas rádios pela mesma razão de antes, por ter sido considerada desrespeitosa e homofóbica. Como forma de protesto, segundo a Rolling Stone, algumas rádios tocaram a versão original repetidas vezes por uma hora. A proibição foi retirada nove meses depois.


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