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Vitrine / Cultura Brasileira

Ailton Krenak: conheça a obra do primeiro indígena eleito para a Academia Brasileira de Letras

O líder indígena, também ambientalista e filósofo, foi eleito na última quinta-feira (5)

Lucas Peçanha Publicado em 28/06/2024, às 15h00

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O líder indígena, também ambientalista e filósofo, foi eleito na última quinta-feira (5) - Créditos: Reprodução/Amazon
O líder indígena, também ambientalista e filósofo, foi eleito na última quinta-feira (5) - Créditos: Reprodução/Amazon

Na última quinta-feira, 5, Ailton Krenak, uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro, foi eleito para ocupar a cadeira de número 5 da Academia Brasileira de Letras.

Ailton Alves Lacerda Krenak, nascido em Itabirinha, Minas Gerais, no Vale do Rio Doce, deixou sua cidade natal ainda jovem, e se mudou para o Paraná. Lá, desenvolveu sua carreira como jornalista e produtor gráfico. Foi um ativista desde sua juventude, chegando a ser um dos fundadores da União das Nações Indígenas, sendo o primeiro movimento a obter alcance internacional a enfrentar resistência da ditadura militar.

Ele ainda teve uma influência significativa na Assembleia Constituinte, destacando-se em um momento emocionante os direitos à terra e a dignidade das comunidades indígenas. Suas obras foram traduzidas em 13 países. Porém, Krenak não tem o hábito de escrever, sendo mais acostumado a seguir a tradição indígena da oralidade. 

Segundo a editora de Krenak, todas as suas obras são, na verdade, transcrições de entrevistas, discursos e conversas feitas por ele. Caso queira conhecer mais do trabalho literário de Krenak, separamos oito livros publicados ao longo de sua trajetória. 

Confira-os logo abaixo:

1. Ideias para adiar o fim do mundo (Nova edição), de Ailton Krenak (2020) - https://amzn.to/3tmfiXd

Neste livro, o líder indígena aborda a crítica à concepção de humanidade como algo distinto da natureza, destacando a importância de reconhecermos que a natureza, incluindo rios e elementos naturais, está intrinsecamente ligada à nossa própria existência. Esta nova edição de "Ideias para adiar o fim do mundo" inclui as reflexões de Ailton Krenak apresentadas em duas conferências e uma entrevista realizadas em Portugal entre 2017 e 2019, além de um posfácio inédito escrito por Eduardo Viveiros de Castro.

Créditos: Reprodução/Amazon
Créditos: Reprodução/Amazon

2. Futuro ancestral, de Ailton Krenak (2022) - https://amzn.to/3Q7mf7F

A noção de futuro às vezes nos amedronta ao apresentar visões apocalípticas. Em outras ocasiões, ela nos oferece a esperança de redenção, como se todos os desafios do presente pudessem desaparecer magicamente no porvir. Em ambos os casos, essas ilusões nos distraem da realidade que nos cerca. Nesta nova compilação de textos, Ailton Krenak nos desafia com a profundidade de seu pensamento revolucionário, que questiona as ideias convencionais e nos convida a contemplar com admiração o mundo ao nosso redor.

Créditos: Reprodução/Amazon
Créditos: Reprodução/Amazon

3. A vida não é útil, de Ailton Krenak (2020) - https://amzn.to/3PLo48T

Diante das reflexões provocadas pela pandemia de covid-19, o filósofo e líder indígena Ailton Krenak reitera suas críticas às tendências prejudiciais da chamada "civilização", que englobam o consumo excessivo, a degradação ambiental e uma visão restrita e exclusiva do conceito de humanidade.

Créditos: Reprodução/Amazon
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4. O amanhã não está à venda, de Ailton Krenak (2020) - https://amzn.to/3LRSuoB

Quando a pandemia da Covid-19 obriga o mundo a reavaliar seu modo de vida, as reflexões de Ailton Krenak ganham ainda mais destaque devido à sua lucidez e relevância impressionantes. Em páginas de incrível poder e beleza, Krenak questiona a perspectiva de "retorno à normalidade", a qual implica em uma "normalidade" na qual a humanidade busca se distanciar da natureza, degradar o planeta e aprofundar significativamente a desigualdade entre povos e sociedades. 

Créditos: Reprodução/Amazon
Créditos: Reprodução/Amazon

5. Caixa de Dramaturgias Indígenas, de Ailton Krenak, Andreia Duarte, Bárbara Matias, Duadino Martines, Juão Nyn, Bárbara Luz e Márcia Kambeba (2023) - https://amzn.to/3LRRKjs

Nestes tempos em que a voz dos povos indígenas ganha destaque, como um eco que ressoa pelo espírito, somos testemunhas, com todos os nossos sentidos, das mensagens da terra. Essas mensagens, ao mesmo tempo mágicas e políticas, atravessam e se fazem presentes através do corpo indígena, que toca o palco da mesma forma que toca o solo. Esta coleção reúne 11 peças de teatro criadas nos últimos anos por artistas indígenas, ou em colaboração entre indígenas e parceiros não indígenas, representando diversas regiões do Brasil, bem como do Chile e Argentina.

Créditos: Reprodução/Amazon
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6. O sistema e o antissistema: Três ensaios, três mundos no mesmo mundo, de Ailton Krenak, Helena Silvestre e Boaventura Souza Santos (2021) - https://amzn.to/3Q6xU6u

Três ensaios de curta extensão, abordando o tema comum do sistema e do antissistema, escritos em contextos sociais, políticos e culturais distintos. Os autores pertencem a diferentes gerações, têm identidades e histórias de vida variadas, mas compartilham uma luta comum pela construção de uma sociedade que promova justiça, igualdade e respeito à diversidade e à diferença.

Créditos: Reprodução/Amazon
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7. Encontros: Ailton Krenak, de Ailton Krenak (2015) - https://amzn.to/45f5n2Y

Ailton é um pensador perspicaz e único quando se trata de analisar as interações entre as culturas indígenas e a sociedade brasileira. Suas reflexões são profundas e desafiadoras, como aquelas apresentadas nas entrevistas e depoimentos reunidos neste volume.

Créditos: Reprodução/Amazon
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8. Lugares de Origem, de Ailton Krenak e Yussef Campos (2021) - https://amzn.to/3LPBAH7

A partir de uma entrevista realizada para a tese de doutorado sobre a introdução do conceito de patrimônio cultural no Brasil com a Constituição de 1988, a conversa entre o historiador Yussef Campos e o líder indígena Ailton Krenak evoluiu para uma reflexão mais abrangente sobre a vida na Terra. Esse diálogo resultou neste livro, que consiste em três textos que desafiam a uniformidade simbólica promovida pelas culturas dominantes sobre a humanidade e o planeta.

Créditos: Reprodução/Amazon
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