Conheça 5 músicas famosas que carregam uma história real e triste
Passando por bandas como Pearl Jam e U2, listamos algumas músicas que se originaram de eventos traumáticos
Lucas Peçanha Publicado em 06/08/2024, às 15h00
Muitas das vezes que vamos escutar uma música, não reparamos na sua letra e se ela quer contar alguma história. Geralmente damos bastante atenção às melodias dos instrumentos, como um belo acorde no violão, uma bateria tocada freneticamente bem ou na entonação do vocalista.
Agora, quando ocorre de prestarmos mais atenção na letra de determinadas músicas que escutamos no dia a dia, algumas vezes podemos nos surpreender com a história que é contada. Um caso bastante popular foi com "Last Friday Night (T.G.I.F)", de Katy Perry, que possui um ritmo dançante e animado, porém com uma letra bastante chamativa (na mais discreta das definições), falando sobre uma noitada selvagem entre amigos com direito à um ménage à trois e diversos shots.
Indo para um lado mais soturno, também existem músicas dos mais diversos gêneros que mal fazíamos ideia de que carregavam consigo uma história real e triste. Para sanar a sua curiosidade, selecionamos cinco exemplos, que tornaram-se icônicos para a história da música. Confira:
Jeremy, do Pearl Jam
Uma das mais famosas músicas da banda, sendo a primeira do grupo a ter seu videoclipe passado na MTV e levá-los ao estrelato, possui uma história de inspiração desconhecida por muitos. Escrita por Eddie Vedder, "Jeremy" é uma das faixas de "Ten", o álbum de estréia do Pearl Jam, e foi concebida pelo vocalista após ler uma notícia no jornal sobre o suicídio de um estudante chamado Jeremy Wade Delle, que dá nome à música.
Descrito pelos colegas de sala como alguém bastante tímido e costumeiramente triste, o garoto de apenas 15 anos estudava na Richardson High School, no Texas, e se suicidou na frente da turma e da professora ao sacar um revólver, colocá-lo dentro da boca e apertar o gatilho.
O videoclipe da música foi cercado de polêmicas por conta das cenas sangrentas no seu fim, que retratam o suicídio sem deixar qualquer margem para interpretação do que possa ter acontecido na cena. Após os frequentes casos de suicídio e massacres em escolas, a produção raramente é exibida nas emissoras americanas. Assista-o logo abaixo:
Tears in Heaven, de Eric Clapton
A clássica balada de Eric Clapton é um dos maiores marcos na discografia do artista – e um dos seus maiores traumas. "Tears in Heaven" foi composta por Clapton e Will Jennings em 1991, e teve como inspiração a precoce morte do filho do guitarrista, Conor Clapton, aos 4 anos de idade, após despencar do 53º andar de um prédio em Manhattan, Nova York.
Na ocasião, Lory del Santo, a ex-mulher de Clapton e mãe de Conor, foi com o filho para a cidade a fim de fazê-lo passar um tempo com o pai. Lory estava se arrumando para ir a um zoológico com eles, e pediu para a babá ficar com Conor. Após um descuido de uma das janelas abertas, que estavam sendo limpas pelo zelador, a babá perdeu o garoto de vista, que corria pelo apartamento, e o pequeno Conor caiu do alto do prédio. Clapton entrou em depressão, e conseguiu escrever a música 9 meses depois do evento traumático.
A música foi inicialmente lançada como parte da trilha sonora do Filme Rush - Uma Viagem ao Inferno, e logo depois no álbum Unplugged, de 1992.
Shiny Happy People, do R. E. M
O mesmo álbum que abrigava o maior hit da banda, “Losing My Religion”, também é a casa de outro grande sucesso: “Shiny Happy People”. Sendo o segundo single de “Out of Time”, a canção possui uma aura contrastante se comparada com faixas como “Everybody Hurts”, que possui um tom mais melancólico. Porém, por baixo do tom animado da música e de seu videoclipe havia uma mensagem bastante importante que a banda queria passar.
Lançada em 1991, a banda tirou o nome para a música de um dos cartazes de propaganda expostos após o massacre do governo chinês contra um movimento estudantil na Praça da Paz Celestial, em 1989. A frase utilizada nas propagandas, que deu nome à música, foi utilizada para esconder do mundo as atrocidades que estavam sendo cometidas pelo regime local.
O hit, inclusive, quase virou a música tema do seriado Friends, mas acabou sendo desbancada pela famosa “I’ll Be There For You”.
Confira o videoclipe oficial da música:
Hey Jude, dos Beatles
Após a separação de John Lennon e sua ex esposa, Cynthia Powell, Paul McCartney pegou o carro e foi para a cidade de Weybridge, na Inglaterra, visitá-los. Durante o trajeto, Paul começou a esboçar mentalmente uma música para alegrar Julian Lennon, o filho do casamento de John e Cynthia, que estava bastante chateado após o divórcio dos pais e da mudança do pai para a casa da artista japonesa Yoko Ono.
Paul, que se tornou uma espécie de tio para o garoto, começou a imaginar o que viria a ser algo próximo da abertura da música. “Hey Jules, don’t make it bad, take a sad song, and make it better...”. A estrutura da abertura se manteve, exceto pelo nome Jules, que foi substituído por Jude inspirando-se em um personagem do filme “Oklahoma!”, lançado em 1956 e dirigido por Fred Zinnemann.
Em determinado momento, Paul notou as semelhanças das estrofes que estava compondo com os momentos pelos quais estava passando. Seu recém término de namoro com a atriz Jane Asher e a iminente separação dos Beatles levaram-no a incorporar na música uma mensagem positiva e motivacional tanto para o pequeno Julian, quanto para todos que a escutassem.
O resultado foi uma faixa de sete minutos de duração, a mais longa já lançada pela banda até aquele momento, tornando-se a mais vendida do ano nos Estados Unidos.
Sunday Bloody Sunday, do U2
O dia 30 de janeiro de 1972 entrou para a história como um dos dias mais tristes da história da humanidade após o assassinato de 14 pessoas, sendo seis delas menores de idade, após protestarem contra a dominação inglesa em Derry, na Irlanda do Norte. O dia que ficou conhecido como “Domingo Sangrento” se tornou inspiração para um dos maiores clássicos da história do rock: “Sunday Bloody Sunday”, do U2.
Com batidas militares ecoando ao fundo e riffs mais secos, a música leva o ouvinte para a atmosfera do massacre causado pelas tropas britânicas. Lançada no álbum “War”, em 1983, a faixa causou bastante polêmica em suas primeiras semanas nas rádios, levando Bono a dizer a frase que seria a marca registrada do hit “This songs is not a rebel song”.
Além do mais, a música foi eleita pela revista britânica New Statesman uma das ‘Top 20’ canções políticas de todos os tempos.
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