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De 'Blowin’ in the Wind' a 'Spanish Bombs': relembre 5 músicas marcadas como oposição à guerras

Reunimos cinco canções que se tornaram símbolos de resistência e protesto contra guerras, refletindo lutas por paz e justiça ao longo das décadas

Lucas Peçanha Publicado em 09/10/2024, às 16h00

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Reunimos cinco canções que se tornaram símbolos de resistência e protesto contra guerras, refletindo lutas por paz e justiça ao longo das décadas - Créditos: Reprodução/Amazon
Reunimos cinco canções que se tornaram símbolos de resistência e protesto contra guerras, refletindo lutas por paz e justiça ao longo das décadas - Créditos: Reprodução/Amazon

É inegável o poder da música de conseguir expressar sentimentos e filosofias advindas de seu compositor. Ao longo da história, muitas bandas e artistas compuseram letras que contavam histórias sobre amor, perda, solidão e outros temas - e o mesmo ocorreu quando, em momentos críticos na história da humanidade, esses músicos exerceram de sua voz para criticar e comentar sobre as realidades políticas e sociais as quais o mundo enfrentava.

Para relembrar, escolhemos cinco músicas cujas letras se destacaram como oposição às guerras travadas ao longo da história, de artistas como Bob Dylan e John Lennon, que criaram melodias poderosas que ficaram de lembrete para aquelas e as futuras gerações sempre buscarem a paz em meio ao caos.

Blowin’ in the Wind, de Bob Dylan

Um dos álbuns mais emblemáticos da carreira de Bob Dylan - se não o mais - trouxe uma faixa que viria a tornar-se um verdadeiro hino anti-guerra. Lançada em 1963, no álbum "The Freewheelin' Bob Dylan", “Blowin’ in the Wind” não foi escrita como uma música de protesto. Porém, ganhou esse significado no decorrer da década de 1960, quando os Estados Unidos enfrentaram um período de grande agitação política e social marcado pela Guerra do Vietnã e pelos movimentos pelos direitos civis.

A letra da música é preenchida com diversas perguntas retóricas, como “Quantas vezes um homem deve olhar para cima antes de ver o céu?”, que sinalizam as consequências dos conflitos para a humanidade e a contínua necessidade de mudança. Após alguns dessas perguntas, a resposta sempre retorna à frase “the answer, my friend, is blowin’ in the wind” (a resposta, meu amigo,está soprando ao vento, em tradução livre), indicando que as respostas para esses questionamentos são difíceis de alcançar, como algo que “está soprando no vento”.

A repetição da frase, além de ser uma técnica bastante utilizada na música folk e, também, nas músicas de protesto, encoraja os ouvintes a refletir e buscar as respostas para as grandes questões da vida que circulam ao nosso redor.

War, de Edwin Starr

O ano de 1970 marcou o nascimento de uma das mais poderosas canções de protesto de todos os tempos. Originalmente composta por Norman Whitfield e Barrett Strong um ano antes para o grupo The Temptations, “War” foi lançada no auge do movimento contra a Guerra do Vietnã. Porém, foi na voz do cantor Edwin Starr que a música ganhou enorme repercussão.

Iniciando com batidas enérgicas na bateria, que dão introdução à poderosa voz de Starr e dos backing vocals, a canção captou o espírito anti-guerra que predominava naquele período. Seu refrão “War, what is it good for? Absolutely nothing!” (“Guerra, para que serve? Absolutamente nada!”, em tradução livre) é a característica mais marcante da faixa, entregando um olhar cínico e crítico sobre a guerra, afirmando que ela não traz nenhum benefício positivo para o povo, apenas para os agentes funerários.

Give Peace a Chance, de John Lennon

Antes de iniciar um relacionamento com a artista plástica Yoko Ono, em 1968, John Lennon não possuía fortes ligações com causas e movimentos de protesto. Em um mundo cuja mídia era dominada pela Guerra do Vietnã e da Biafra, ocorrida na Nigéria, o Beatle dedicou seu lado artístico a criar uma composição para expressar um desejo por mudança e justiça que emanava do coração de muitos na época.

Durante uma estadia no Hotel Queen Elizabeth, em março de 1969, John aproveitou a ocasião para chamar a mídia e alguns visitantes para mostrar sua mais nova composição, intitulada “Give Peace a Chance”. A mais nova faixa foi apresentada durante o segundo "Bed-In for Peace", um projeto pacífico realizado pelo casal onde ambos ficaram durante dias em uma cama de um quarto de hotel, concedendo entrevistas para a mídia sobre a importância da paz. 

Devido ao seu refrão repetitivo e à sua melodia simples, a composição rapidamente solidificou-se como um dos principais cânticos em protestos e manifestações ao redor do globo. Prova disso foi durante o Festival de Woodstock, em agosto de 1969, quando milhares de pessoas uniram suas vozes e cantaram a música em alto e bom som, transformando a pacata fazenda de Max Yasgur em um grande coro por um mundo mais pacífico.

We’ll Meet Again, de Vera Lynn

No início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), milhares de soldados foram convocados para lutar no confronto contra a Alemanhã nazista de Adolf Hitler. Angustiados com o cenário catastrófico da época, os músicos britânicos Ross Parker e Hughie Charles uniram forças para compor uma canção que capturasse a dualidade da despedida e da esperança.

Intitulada “We'll Meet Again’’, a faixa foi apresentada pela primeira vez em 1939 na voz de Vera Lynn, que já havia se consolidado como uma das mais populares cantoras britânicas da década com sucessos como “As Time Goes By” e “The White Cliffs of Dover”. A música foi responsável por resgatar a esperança dos soldados e das famílias de um possível reencontro, evidenciado nos versos “We'll meet again, don’t know where, don’t know when / But I know we’ll meet again some sunny day" (“Nos encontraremos novamente, não sei onde, não sei quando / Mas eu sei que nos encontraremos novamente em algum dia ensolarado”, em tradução livre).

Vera Lynn tornou-se uma figura querida para o povo britânico, recebendo o apelido de “Princesa dos Soldados”. “We’ll Meet Again”, além de firmar sua importância na história da música, também apareceu em grandes produções da sétima arte, como no filme "Dr. Fantástico”, do diretor Stanley Kubrick, lançado em 1964, sendo utilizada nas últimas cenas do clássico, com imagens de explosões nucleares contrastando com a doce voz da cantora.

Spanish Bombs, do The Clash

Muitas vezes nos deparamos com músicas que refletem sobre a repetição da história e o ciclo de violência quando se trata sobre guerras; e esse é o caso com “Spanish Bombs”, da banda britânica The Clash. Lançada no álbum “London Calling”, no ano de 1979, a faixa aborda a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) e suas consequências. Evento esse que simbolizou a luta entre as forças republicanas, que defendiam a democracia, e os nacionalistas liderados pelo general militar Francisco Franco.

A música composta por Joe Strummer e Mick Jones mescla o bom e velho punk rock com elementos da música espanhola para criticar os horrores da guerra e evocar o sofrimento das pessoas afetadas. Ao longo da letra são mencionadas algumas figuras e locais históricos relacionados ao conflito, como o assassinato de Federico García Lorca, um dos poetas mais renomados da Espanha cujas obras abordaram temas como a opressão e a luta por liberdade, e a comunidade autônoma de Andaluzia, um dos epicentros da Guerra Civil Espanhola.

Com refrão “Spanish bombs, yo te quiero y finito / Yo te quiero, oh mi corazón" (Bombas espanholas, eu te amo e finito / Eu te amo, oh meu coração”, em tradução livre), é evidenciada uma dicotomia entre o amor e a destruição, refletindo a devastação de um país com tamanha riqueza cultural que foi devastado pela guerra, encapsulando a perda e o amor que resiste mesmo em tempos tempestuosos.


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London Calling, do The Clash - https://amzn.to/3AVKWyD 

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