EXPLICAÇÃO

Round 6: Será que o jogo e a série realmente acabaram? Entenda

Entre desfechos trágicos e participações inesperadas, a terceira temporada de Round 6 fecha o ciclo, mas deixa a porta entreaberta

Giulia Cardoso (@agiuliacardoso)

Round 6: Será que o jogo e a série realmente acabaram? Entenda
Round 6: Será que o jogo e a série realmente acabaram? Entenda - Reprodução

Um dos principais sucessos da Netflix, Round 6 foi concluída na terceira e temporada, disponível na plataforma desde o final de junho. Mesmo encerrando a historia de Seong Gi-hun (Lee Jung-jae) será que esse universo realmente chegou ao limite? 

Após passaram por todos os jogos, Gi-hun (Lee Jung-jae), o bebê sob seus cuidados após a morte da mãe e o pai da criança acabam se tornando os finalistas. Mas é na rodada final o protagonista pula da torre para se eliminar e salvar a vida do bebê (agora um “jogador” no lugar da mãe). 

A desertora norte-coreana Kang No-eul (Park Gyu-young) invade o escritório do Front Man, também conhecido como Hwang In-ho (Lee Byung-hun), para queimar todos os registros dos jogadores, em em paralelo, In-ho explode toda a base do jogo ao descobrir que seu irmão policial, Hwang Jun-ho(Wi Ha-joon), localizou a ilha e trouxe a guarda costeira até lá.

Jun-ho chega a apontar uma arma para o irmão, mas não atira — e não está claro se é porque In-ho está segurando o bebê no colo ou porque, mesmo depois de todas as atrocidades que viu seu irmão cometer, Jun-ho ainda não consegue matá-lo.

Enquanto isso, junto com o líder, os VIPs e a maioria dos funcionários escaparam da ilha antes que ela se autodestruísse. Portanto, eles ainda estão soltos. Na verdade, alguns deles podem ter acabado de ser transferidos para outros jogos da morte que acontecem em outras partes do mundo.

O epílogo é relativamente discreto: vemos que No-eul sobreviveu aos ferimentos e conseguiu uma pista sobre a filha que acreditava estar morta. In-ho deixa o bebê — e todo o prêmio em dinheiro, já que tecnicamente é o vencedor da edição atual do Squid Game — sob os cuidados de Jun-ho, e viaja para Los Angeles com o intuito de entregar o que restou dos ganhos de Gi-hun do jogo anterior à sua filha distante.

Entenda tudo sobre o final de Round 6

Enquanto In-ho está sendo levado de carro para longe da casa da filha de Gi-hun, ele ouve um som familiar vindo de um beco próximo e vê uma mulher de terno jogando Ddakji com um homem que claramente está em situação de pobreza extrema assim como Gi-hun e os demais quando entraram no jogo.

In-ho se surpreende ao ver aquilo, sugerindo que nem mesmo ele, com sua alta posição na organização, sabe tudo o que está acontecendo. Ele troca olhares com a nova versão da “recrutadora” que ele mesmo já empregou, e ela é vencedora de dois Oscars Cate Blanchett.

Ela encara In-ho com frieza — não se sabe se ela reconhece que estão, de certo modo, do mesmo lado —, mas está claro que ele está bem vestido demais para ser um possível participante. Em seguida, ela volta a dar tapas no novo candidato, toda vez que ele erra no jogo.

Por que Blanchett está aqui? Ela é apenas uma grande fã da série? Pediu ao seu agente para aceitá-la em qualquer papel que envolvesse ternos? (Ela não levou o terceiro Oscar por Tár, mas talvez o figurino já tenha sido recompensa suficiente.) Ou será que isso é só a Netflix mostrando que consegue chamar uma estrela de cinema consagrada para fazer uma ponta no final de uma de suas maiores produções?

Por ora, uma fonte próxima à produção disse que o final não foi planejado para abrir novas histórias “neste momento”, uma frase flexível que pode significar qualquer coisa. Talvez esse “momento” seja “julho de 2025”, e após os fogos de artifício do Dia da Independência, a Netflix anuncie um spin-off americano. Talvez seja só uma ideia guardada na gaveta, caso as cópias de Yellowstone como Ransom Canyon e O Píer não consigam manter a base de assinantes depois que os grandes sucessos como Round 6 e Stranger Things chegarem ao fim.

Ou talvez seja apenas uma participação divertida de uma fã famosa — e também uma forma de Hwang Dong-hyuk deixar claro que esse tipo de pecado não desaparece tão facilmente da Terra.

Round 6 talvez precise desaparecer da Coreia do Sul por um tempo, mas há pessoas pobres em todos os cantos do mundo, sentindo o peso de um sistema opressor que existe para beneficiar quem aposta em esportes sangrentos. 

Round 6 sempre pareceu planejada como uma obra curta e autossuficiente. Mas foi criada numa indústria onde o sucesso inevitavelmente leva ao excesso — e onde um sucesso raramente tem permissão para sair de cena quando isso faz mais sentido criativo.

A ideia da série não parece ter sustentação para virar franquia — como já vimos com Round 6: O Desafio, um reality show que ignorou completamente o propósito da obra original. A cena final sugere que, enquanto houver pessoas desesperadas, sempre haverá espaço para um novo jogo. E enquanto houver executivos de streaming igualmente desesperados, sempre haverá a chance de um spin-off desnecessário — mesmo que, por enquanto, nada esteja oficialmente nos planos.

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Jornalista em formação pela Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo, Giulia Cardoso começou em 2020 como voluntária em portais de cinema. Já foi estagiária na Perifacon e agora trabalha no núcleo de cinema da Editora Perfil, que inclui CineBuzz, Rolling Stone Brasil e Contigo.
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