Marcelo Beraldo e Leca Guimarães, que fazem parte da organização do Lollapalooza Brasil, pronunciaram-se diante das críticas sobre cancelamentos
Redação Publicado em 29/02/2024, às 15h34
Os cancelamentos no Lollapalooza têm deixado internautas e frequentadores do festival revoltados, mas sempre ocorreram, confirmou Marcelo Beraldo, curador artístico do evento. Em entrevista à Splash, Beraldo e Leca Guimarães, diretora mundial do Lolla, também rebateram as críticas sobre os preços dos ingressos.
Hoje, a entrada mais cara para o festival, na modalidade Comfort Pass, pode chegar a quase R$ 5 mil, mas Guimarães pondera: "Existe também o sensacionalismo. Você vê um título num site: 'Ingressos a mil e quatrocentos reais!'; mas se esquecem de dizer que mais 98% da venda dos ingressos é meia-entrada e entrada-social. Ninguém paga esse ingresso inteiro".
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Quando a gente criou a entrada-social a gente foi processado por ter dado 50% de desconto, o mesmo que dava para estudante. Então tivemos que dar o desconto de 45%. Ou seja, mesmo quem tem o benefício reclama de outro ter também. E tem a regra de como você faz carteirinha de estudante. O preço de face ninguém paga. Quem não falsifica paga o dobro.
Beraldo acrescentou ainda que os brasileiros têm certa vantagem em relação a outros países, já que aqui há a Lei da Meia-Entrada: "Muitas vezes o preço que sai lá na manchete não é o que as pessoas realmente pagam. Até onde eu sei, aqui é o único país do mundo que tem essa meia-entrada. Alguns países têm alguma meia-entrada, mas é o governo que paga a outra metade ou subsidia parte do ingresso. Aqui se faz caridade com o dinheiro dos outros".
"Se derrubassem a carteirinha o preço cheio cairia pela metade. Nosso interesse é vender ingresso, o orçamento não muda por causa da meia-entrada, o cachê das bandas não muda por causa da meia-entrada", completou Guimarães.
O curador artístico ainda levantou que shows como de Taylor Swift e The Weeknd custam mais caro em comparação ao valor cobrado por um ingresso do Lollapalooza:
A gente monitora todos os preços de festivais e de shows em estádio, então a gente sabe que oferecemos um festival internacional, com quase 80 bandas. Ainda assim, é mais barato que Taylor Swift ou The Weeknd e a gente entrega muito mais. Não tem muito para onde correr, a gente fica monitorando a concorrência. Eu arrisco em dizer que os festivais grandes estão nivelados pelo mesmo preço.
"O line-up mais forte ou menos forte também influencia no preço, assim como a economia do país. A gente paga o artista em uma moeda e vendemos os ingressos em outra", afirmou Leca Guimarães.
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