Admirador declarou que gostava da banda até “opiniões políticas serem divulgadas”, apesar de todas as letras da banda conterem posicionamento
Por Igor Miranda (@igormirandasite) Publicado em 26/06/2023, às 18h30
Praticamente todo o repertório autoral do Rage Against the Machine apresenta reflexões políticas e sociais. Não é preciso concordar com o posicionamento da banda para, ao menos, reconhecer isso.
Ainda assim, há alguns fãs que parecem não compreender - ou ter entendido as letras de forma equivocada. Chega ao ponto de o próprio Tom Morello, guitarrista da banda, precisar lidar com admiradores desavisados que só “descobriram” recentemente a proposta do grupo completo por Zack de la Rocha (voz), Brad Wilk (bateria) e Tim Commerford (baixo).
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Uma publicação de 2020 no Twitter chamou a atenção de Morello ao trazer um fã reclamando das letras do RATM. O sujeito declarou que admirava a banda “até as opiniões políticas serem divulgadas” - como se elas já não estivessem presentes nas letras das canções.
Tom não viu outra forma de reagir a não ser com certo bom humor. O guitarrista, que também é graduado com honras em Ciência Política pela Universidade de Harvard, garantiu que removeria qualquer canção que não tivesse “bobagens políticas” na letra, já que a proposta era justamente discutir essas temáticas nas composições.
“Scott! De qual música minha você era fã que NÃO tinha 'bobagens políticas'? Preciso saber, para que eu possa remover do catálogo.”
Scott!! What music of mine were you a fan of that DIDN’T contain “political BS”? I need to know so I can delete it from the catalog. https://t.co/AMpmjx6540
— Tom Morello (@tmorello) June 9, 2020
Com mais de 100 mil curtidas, o tweet gerou uma série de respostas divertidas por parte de fãs. Um internauta comentou: “Qual máquina você acha que o Rage Against the Machine (‘Fúria contra a máquina’) era contra? Máquina de lavar pratos?’. Outro disse: “Ele provavelmente acha que a música de Bruce Springsteen também não é politizada”.
Em ocasiões diversas, Tom Morello falou em entrevistas sobre como ele reage a fãs que se incomodam com a opinião dele ou do Rage Against the Machine sobre política. No ano de 2018, por exemplo, ao conversar com o Chicago Tribune, ele revelou o que costuma dizer a essa parcela do público.
“Quando você pega uma guitarra, você não deixa de ter seus direitos. E quando as pessoas te dizem para ‘calar a boca e tocar guitarra’, ou reclamam de artistas que se manifestam, é só porque elas não concordam com o que você está dizendo. Não é nada complicado. Há uma dissonância cognitiva em que elas dizem: ‘gosto de rock, gosto de solos, mas eu discordo disso, então, cale a boca’. Isso destaca os conflitos da boa arte. É uma missão que tenho desde adolescente.”
O posicionamento de Morello nunca foi o de excluir quem discorda dele da base de fãs do Rage Against the Machine ou seus outros projetos. Porém, ele garantiu que não irá mudar sua forma de agir.
“Não há teste político para ouvir minha música, mas nunca vou comprometer o que quer que seja para satisfazer alguém que está desconfortável com as ideias que tenho no coração.”
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