A cantora e compositora se apresenta neste sábado, 7, no Coala Festival em edição comemorativa de uma década de evento
Pedro Figueiredo (@fedropigueiredo) Publicado em 06/09/2024, às 15h45
O Coala Festival chega a sua 10ª edição e uma das atrações do line-up deste ano é a cantora e compositora Tulipa Ruiz, que recebe Criolo como convidado no show. "É um festival que eu estou muito animada enquanto artista e também enquanto plateia," declara em entrevista à Rolling Stone Brasil.
A apresentação de Tulipa acontece no sábado, mas ela conta que se programou para assistir aos shows na sexta e no domingo também. Ela gosta de estar em meio ao público e explica que faz música porque gosta de música. O intercâmbio com outros artistas também é um momento precioso para a cantora.
Gosto de shows, gosto do ao vivo e gosto muito de festival. Como artista porue acaba virando um mashup, uma pororoca de plateias. Tem gente ali que está indo para me ver e que pode não ter tanta proximidade com o meu trabalho.
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A "formação constante de novas plateias" é uma das coisas que ela mais gosta na dinâmica de festivais. No caso do Coala, Tulipa ressalta a mistura de gerações como um dos aspectos positivos. "Tem gente mais velha, gente mais nova. Gente que acabou de chegar na música."
O convite para a edição de 10 anos foi especial para a artista, já íntima do evento. "Quando eu participei foi um show muito especial. A Liniker participou e eu guardo com muito carinho por conta desse encontro. Não estava nem combinado. Era meu show, mas ela estava na plateia e a gente trocou durante esse show."
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A cantora considera importante participar de uma edição que celebra a longevidade do evento. "Uma das minhas principais com a música tem a ver com atravessar o tempo, o frescor do atemporal. O festival está conectado com isso, atravessando o tempo com muita elegância e maturidade.
Dessa vez a artista sobe ao palco com Criolo como convidado. Os dois são parceiros de longa data e não se encontravam no palco há algum tempo. "Antes de ter disco, o Criolo foi uma das primeiras pessoas que cantou 'Só Sei Dançar com Você' antes mesmo de eu gravar a música."
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Os primeiros discos dos dois são contemporâneos, o que fazia com que os dois se encontrassem muito em lançamentos. "A gente se gosta muito. No meu segundo disco [Tudo Tanto (2012)], ele participa em 'Víbora', ele é um dos autores e muita gente não sabe disso.
Os dois também são parceiros em "Cartão de Visita" do disco Convoque Seu Buda (2014). Tulipa chegou inclusive a acompanhá-lo em uma parte da turnê de divulgação do disco. Ela fala sobre as possibilidades do repertório: "A gente quer fazer várias coisas."
Esses encontros são muito interessantes porque acendem na gente uma vontade de troca dos nossos repertórios e uma vontade de arriscar umas coisas que não são dos nossos repertórios.
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Sobre setist, Tulipa fala sobre levar um "paredão de hits" misturando músicas de todos os discos no Coala. Atualmente ela está rodando com a turnê de seu disco mais recente, Habilidades Extraordinárias (2022). "Mas para esse show, como tem esse encontro, vamos misturar nossos repertórios."
Em 2024 Tulipa lançou Trago — em parceria com seu irmão, Gustavo Ruiz, Alexandre Orion e Rica Amabis. "Ele acabou de sair pelo selo Sesc em CD, que ´´e uma mídia que a gente não tem ouvido tanto, mas o Sesc tem feito umas tiragens onde o projeto gráfico e o encarte são muito bem cuidados, então é praticamente um livro."
Trago nasceu há quase 10 anos no Rio de Janeiro para um projeto chamado Palavras Cruzadas, que misturava música e artes visuais. "O Márcio Debellian, que é um produtor cultural do Rio de Janeiro, me convidou e eu pensei em trazer o Rica e o Alexandre para fazermos esses shows."
O encontro foi tão nutritivo, que a gente acabou fazendo várias músicas. Elas vieram curando com o tempo. Gravamos lá atras e viemos produzindo durante esses anos. Agora resolvemos lançar e ele chega ao mundo de um jeito muito elegante.
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No ano que vem, o celebrado disco de estreia de Tulipa, Efêmera, completa 15 anos. Até o momento a artista não tem nada fechado para comemorar a data, mas não descarta a possibilidade. A primeira década de existência do álbum foi comemorada em várias etapas, com duas prensagens comemorativas pela Três Selos.
"Eu também fiz um álbum de remixes com 11 produtores." No audiovisual, a artista lançou um álbum visual, que está disponível em seu canal oficial do Youtube. "Gravamos praticamente num plano-sequência na Casa Modernista, em São Paulo."
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Para os 15 anos, a artista cogita uma nova prensagem. "O Efêmera atravessa o tempo muito bem, a gente vaz o vinil e ele acaba. As pessoas buscam em CD, porque tem uma vida nessa mídia que inclusive me surpreende."
Dancê (2015) também completa uma década e a compositora ainda trabalha em um novo disco. Seja nas comemorações ou nos novos trabalhos, ouvir — e assistir — Tulipa Ruiz é sempre um deleite.
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