Banda agendada para o festival Sónar, que foi cancelado, manteve a agenda e fez um primeiro show irrepreensível no Sesc Belenzinho nesta quarta-feira, 22
Pedro Antunes Publicado em 23/05/2013, às 02h28 - Atualizado às 13h47
“Fechem seus olhos”, pediu Munaf Rayani. “É um sonho estar aqui.” E assim começou a apresentação do Explosions in the Sky, no Sesc Belenzinho, na noite desta quarta-feira, 22. Era fechar os olhos e entrar na viagem do quarteto (que, ao vivo, torna-se um quinteto).
E a palavra “viajar” é justamente aquela que melhor define um show do Explosions. É preciso se deixar levar pelas notas das três guitarras de Munaf Rayani, Michael James e Mark Smith, que se unem como um coral. Acordes e solos vêm e vão, de acordo com a imaginação de cada um.
Não há vocal. E, por isso, os olhos fechados podem ser muito importantes. Uma apresentação do Explosions in the Sky requer certa dose de imaginação e, mais ainda, de compreensão do que é feito no palco. Deve se deixar levar por ruídos e sons, sem que alguém lhe diga sobre o que pensar.
São nuances, riffs em repetição. As músicas crescem e diminuem, sempre ancoradas nas poderosas guitarras do trio. Há um clima de veneração no ar. O silêncio do público já explica o que acontece ali.
Todos os ingressos para a Comedoria do Sesc Belenzinho esgotaram-se rapidamente. O Explosions in the Sky possui um grande e fiel séquito de fãs, que comprou todas as entradas para as duas performances do grupo no local – eles repetem a dose nesta quinta-feira, 23, com uma nova apresentação de canções puramente instrumentais.
A banda estava anunciada para tocar no festival Sónar, que acabou cancelado. Quer saber de uma coisa? Melhor para eles. Com isso, o grupo não precisou lidar com interferências, curiosos não alfabetizados com a sonoridade da banda e, principalmente, com o ajuste de som costumeiramente mal feito em festivais.
Sem vocais, o Explosions é uma banda democrática. Pode-se ir para onde quiser. De fim de relacionamentos conturbados a momentos de êxtase e felicidade profundos. Cabe apenas ao ouvinte. Algo que pode soar estranho aos acostumados à ditadura dos versos e refrãos. Afinal, a liberdade também pode ser assustadora diante de algum regime totalitarista.
Para a banda, que no palco ainda conta com o baterista Chris Hrasky e um músico de apoio responsável pelo baixo e percussão, o importante é a viagem sonora que a música exige.
Pode não ser fácil ao ouvinte acostumado a identificar-se com letras perceber todas os nuances da performance da banda no palco. Mas o som do grupo também não é necessariamente apenas para iniciados. Essa é a beleza da democracia. São, afinal, seis discos de canções poderosas. E elas ganham ainda mais força no palco.
O público no Sesc Belenzinho entrou em catarse. Cabeças balançaram ao sabor da música, sem que fosse preciso pedir. Uma coreografia ordenada e coordenada pela vibração vinda daquelas guitarras. Há uma conversa instrumental entre elas.
Os músicos dialogam através de faixas como “The Only Mmoment We Are Alone”, “Yasmin The Light”, “The Birth and Death of the Day”, “Postcard From 1952” e “Let Me Back In”. As canções repassaram a discografia da banda e desafiaram imaginação dos presentes.
E, como Munaf Rayani pediu, muitos do público permaneceram de olhos fechados, embarcando na viagem comandada por eles, durante a uma hora e meia de show.
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