Cartaz com os dizeres "mexeu com uma, mexeu que todas", que inspirou o título do documentário de Sandra Werneck - Divulgação

Documentário Mexeu com Uma, Mexeu com Todas, de Sandra Werneck, discute a violência contra a mulher

Filme que será exibido na TV em maio carrega o "slogan" de protesto que ganhou as redes esta semana

Redação Publicado em 09/04/2017, às 11h19 - Atualizado em 10/04/2017, às 11h50

Estreia no dia 5 de maio, no canal Curta!, o documentário Mexeu com Uma, Mexeu com Todas, da cineasta Sandra Werneck (Cazuza - O Tempo Não Para). O filme debate o tema da violência contra a mulher e se propõe a ser uma ferramenta de disseminação e de conscientização da causa.

Participante da 22ª edição do Festival de Documentários É Tudo Verdade, o 19º filme da carreira de Sandra retrata casos relatados por diferentes mulheres. Entre elas estão a atriz e modelo Luiza Brunet, a nadadora Joanna Maranhão, a escritora Clara Averbuck e a bioquímica Maria da Penha Maia Fernandes, que deu o nome à lei que tornou deixou mais dura a punição contra a violência doméstica e familiar contra a mulher. Além dos depoimentos, a produção traz imagens de protestos que expõem a vulnerabilidade da mulher no Brasil.

E, apesar do título ter sido escolhido por uma frase vista pela diretora em um cartaz durante uma das manifestações exibidas no documentário, nesta semana a expressão ganhou uma nova dimensão. “Mexeu com uma, mexeu com todas” se tornou o slogan de protesto contra o assédio cometido pelo ator José Mayer, sofrido e denunciado pela figurinista da Globo Susllem Tonani.

Em publicação da coluna Agora É Que São Elas, do jornal A Folha de S. Paulo, Suslem relatou a atitude abusiva do ator. Em carta, Mayer admitiu a atitude e pediu desculpa.

Na última terça-feira, 4, a imagem com a frase “mexeu com uma, mexeu com todas”, acompanhada da hashtag #chegadeassedio, invadiu as redes sociais de atrizes, apresentadoras e artistas, como Taís Araújo, Camila Pitanga, Cleo Pires, Sophie Charlotte, Bruna Marquezine, Maria Casadevall, Tati Quebra Barraco, Karol Conka e Caetano Veloso.

A comoção não ficou só nas redes sociais: a Globo que decidiu suspender a participação do ator em produções futuras por tempo indeterminado. Em nota, ainda apoiou a manifestação e pediu desculpa a figurinista:

"Em relação à denúncia de assédio envolvendo o ator José Mayer e a figurinista Susllen Tonani, a Globo reafirma o teor da nota divulgada na última sexta-feira, quando afirmou que o caso foi apurado e que as devidas providências estavam sendo tomadas. Naquela nota, a emissora enfatizou que repudia toda e qualquer forma de desrespeito, violência ou preconceito. E que zela para que as relações entre funcionários e colaboradores se deem em um ambiente de harmonia de acordo com o Código de Ética e Conduta do Grupo Globo. Esta convicção da Globo foi reafirmada para um grupo de atrizes, diretoras e produtoras, reunidas no domingo à noite, quando a emissora informou que, apurado o caso, tomou a decisão de suspender o ator José Mayer de produções futuras dos estúdios Globo por tempo indeterminado. O ator foi notificado na segunda-feira dessa decisão. Sobre a iniciativa de funcionários, colaboradores e executivos de usar hoje camisetas com os dizeres 'Mexeu com uma, mexeu com todas', a Globo se solidariza com a manifestação, que expressa os valores da empresa. O ator José Mayer, de enorme talento e com grandes serviços prestados à Globo e às artes brasileiras, certamente terá oportunidade de expressar seus sentimentos em relação ao triste episódio e esclarecer que atitudes pretende tomar. A Globo lamenta que Susllen Tonani tenha vivido essa situação inaceitável num ambiente que a emissora se esforça cotidianamente para que seja de absoluto respeito e profissionalismo. E, por essa razão, pede a ela sinceras desculpas".

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