Burt Bacharach, Grace Jones e KC and the Sunshine Band ajudaram a deixar a noite inesquecível
Paulo Cavalcanti, de Curaçao Publicado em 02/09/2018, às 10h34 - Atualizado às 13h35
O World Trade Center, localizado na baia de Piscadero, em Willemstad, capital de Curaçao, recebeu um enorme e entusiasmado público na noite do último sábado, 1. A temperatura estava quente e o mesmo poderia ser dito sobre o ânimo de quem estava lá para ajudar a encerrar a edição de 2018 do North Sea Jazz Festival.
A abertura, que desta vez ocorreu no Sam Cooke, o palco principal, ficou a cargo da exótica Grace Jones. A cantora, atriz e modelo, nascida na Jamaica há 70 anos e radicada em Nova York, despontou há cerca de 40 anos, na era da disco music. A vocalista de registro grave e de aparência andrógina, contudo, não ficou restrita apenas aos ritmos dançantes dos anos 1970. Ao longo das décadas seguintes, ela também trafegou pelo art pop e mostrou um pouco de tudo isso no festival. Por volta das 19h20, Grace apareceu, cheia de estilo, para abrir as festividades. Ela recordou “La Vie en Rose”, “Slave to The Rhythm”, “Love is The Drug”, entre outras.
As 20h, no teatro Celia, foi a vez do lendário compositor, produtor e maestro norte-americano Burt Bacharach. Aos 90 anos, Bacharach tem uma aparência bastante frágil, mas seu comando de palco, musicalidade e senso de humor seguem em alta. Ele e sua impecável pequena orquestra, além de mais três cantores, apresentaram um show reduzido, que teve que ser adequado ao horário da programação geral. Uma pena, já que Bacharach tem tantos hits que poderia tocar por três horas. Ninguém se queixou do que foi executado. Ele optou por medleys alterados com canções executadas na íntegra e fez nascer alguns momentos mágicos com as muito conhecidas “Raindrops Keep Falling on My Head”, “What the World Needs Now is Love”, “Alfie”, “The Look of Love”, “I Say a Little Prayer”, “Walk on By” e outras que escreveu com o parceiro Hal David. Bacharach também homenageou a amiga Aretha Franklin. Em certo momento, ele falou: “Dionne Warwick gravou ‘I Say a Little Prayer’. Ficou OK. Mas depois, Aretha fez a versão dela. Ficou 100 vezes melhor!” O bandleader e seus músicos de alto calibre foram muito aplaudidos e o público sentiu que passar uma hora com o maestro foi um privilégio.
Enquanto Bacharach desfilava seus clássicos, paralelamente, no Palco Sir Duke, acontecia a divertida e dançante performance da KC and The Sunshine Band. A veterana trupe de Miami, liderada pelo cantor e tecladista Harry Wayne Kasey, fez o relógio voltar a década de 1970 e relembrou os grandes hits dos tempos da disco music como “Keep it Coming Love”, “Boogie Shoes” e “That’s the Way I Like it”, além da duradoura balada “Please Don’t Go”.
A produção do North Sea Jazz sempre reserva um momento para alguma grande atração da música latina abrilhantar o line-up. Boa parte do público que ruma para o evento é oriundo da Colômbia, da Porto Rico e adjacências. Este pessoal quer encontrar no festival algum grande hitmaker. Neste sábado, quem preencheu esta lacuna foi o colombiano Carlos Vives, que se apresentou no Palco Sam Cooke a partir das 21h15. Vives é um dos grandes nomes do showbusiness colombiano. Ator de cinema e de telenovelas, compositor de trilhas de filme e grande vendedor de discos, o artista se destacou no mundo da música de sua pátria ao juntar ritmos tradicionais, como o vallenato, a um acabamento de pop/rock. E foi exatamente isso que ele apresentou no North Sea, no palco Sam Cooke, a partir das 21h15. Em uma performance de uma hora sem concorrência (os outros palcos estavam vazios), ele desfilou hits como “Robarte un Beso”, “La Tierra Del Olvido”, “Nota de Amor” e “Bicicleta”, que muitos conhecem no dueto dele com a conterrânea Shakira.
Às 22h, tanto o palco Celia quanto o Sir Duke foram ocupados, e com artistas bem diferentes musical e estilisticamente. No Sir Duke, que fica na praia, os fãs assistiram à performance de CeeLo Green, que, através de sua presença física marcante – ele emula o visual e presença de palco bandas clássicas de funk psicodélico, como Sly and The Family Stone e o Funkadelic Parliament, e se apresentou com um traje dourado de lantejoulas, enquanto seus músicos trajavam roupas carnavalescas futuristas – e voz inconfundível, mandou ver em suas músicas mais conhecidas, como “Crazy”, “Redbone” e “Fuck You”. Entre as músicas, Green falava o que desse na telha e a base instrumental de “Shopping for Clothes”, do The Coasters, servia como vinheta para amarrar os segmentos. Com sua hábil junção de R&B, funk, hip-hop e soul, Green fez uma das melhores participações de todo o evento.
Já no Celia, quem dava as cartas era o Michel Camilo Trio. Nascido na República Dominicana e radicado em Nova York, a partir dos anos 1980, Camilo se tornou um dos mais populares nomes do jazz latino. Pianista virtuoso e arranjador inventivo, ele deliciou os presentes interessados em ouvir algo mais refinado. No programa do artista o destaque ficou com temas como “Night in Tunisia” e “Caribe”.
Grande parte do público resistiu até meia-noite no palco Sam Cooke para ver Christina Aguilera, que encerraria a noite e também o festival. Há algum tempo que ela está afastada da carreira e dos estúdio, já que vinha se dedicando à televisão, integrando o elenco do reality musical The Voice. Christina retornou em 2018, após seis anos sem um disco novo, e recebeu rasgados elogios da crítica com o álbum Liberation, que entre outros temas fala do papel da mulher na sociedade moderna. Aos 37 anos, a cantora nova-iorquina usa a maturidade adquirida a seu favor e a performance dela em Curaçao mostrou esse crescimento artístico. Apesar de o show atual focar no disco mais recente, ela não se esqueceu dos hits consagrados: abriu com “Dirrty” (2002) e o setlist incluiu as conhecidas “Genie in a Bottle”, “Lady Marmalade” (cover de Patti LaBelle), “Let There Be Love” e a balada “Say Something”.
Na primeira parte do show, Cristina apresentou o seu lado pop com toques de hip-hop. Ela foi acompanhada por um esquadrão de dançarinas e dançarinos, que ajudaram a movimentar o espetáculo e também deram oportunidade para que a estrela pudesse trocar de roupa e adereços. Assim como fez Burt Bacharach, Christina prestou homenagem a Aretha Franklin, contando ao público que a soulwoman foi uma das maiores influências que teve na carreira. Então, cantou duas canções das falecida artista: “Think” e “Ain’t no Way”. Ela também declarou seu amor pelo jazz e blues e interpretou “Candyman”, um suingue no estilo da década de 1940.
Por volta de 1h15, Christina Aguilera encerrava sua performance e acontecia no céu da região do World Trade Center a tradicional queima de fogos, marcando de forma grandiosa o final da oitava edição do North Sea Jazz Festival em Curaçao.
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