Por que John Lennon odiava a imprensa britânica?

Há mais de cinquenta anos, John Lennon e Yoko Ono enfrentaram uma forte resistência por parte da imprensa britânica, principalmente após o fim dos Beatles.

Mas não é difícil entender como eles tomaram essa decisão: para John, ele e Yoko eram tratados "como crianças" pela mídia.

Quando John se divorciou de Cynthia Powell para ficar com Yoko em 1968, a reação do público foi incrivelmente dura. Cartas racistas, inclusive, foram enviadas ao casal por membros do exército inglês, dizendo que "essa japonesa" poderia cortar sua garganta.

Depois de meses sendo tratados assim, dentro e fora da imprensa, John e Yoko decidiram se casar em março de 1969. Sabendo que os jornalistas estariam por toda parte, eles decidiram concretizar o Bed-in for Peace.

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E foi assim que os dois passaram a lua de mel: na cama na suíte 702 do hotel Hilton Amsterdam, conversando com mídia e outros visitantes sobre a paz mundial por uma semana. Depois, eles fizeram a mesma coisa em Montreal.

"Foram muitas ofensas e elogios", disse o assessor dos Beatles, Derek Taylor. "A mídia americana costumava ser mais generosa. Mas a imprensa rotineira da Inglaterra, em geral, pensava que John e Yoko eram loucos."

"Na Grã-Bretanha, a imprensa nos trata como crianças", concordou John. "Eles diziam: 'Não vamos deixar que o Beatle de meia-idade nos ensine sobre paz'." 

"John e Yoko se envolveram em tantas causas [naquela época] que a imprensa apenas os deixou cansados", continuou Taylor.

John também falou sobre como os repórteres britânicos condescenderiam com ele. "Diziam que a filosofia não era o meu forte", disse. "Como se políticos e jornalistas tivessem recebido um super presente de Deus que lhes desse sabedoria.”

Por fim, John se cansou do que diziam os repórteres britânicos. Ele disse que, para a imprensa, "eu sou o cara que teve sorte e ganhou na [loteria]. Yoko é a havaiana que se casou com o cara que teve sorte e ganhou na [loteria]. Na América, somos artistas."

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