Clássico dos Beatles, o maior disco de todos os tempos foi lançado há exatos 50 anos
Paulo Cavalcanti Publicado em 31/05/2017, às 19h17 - Atualizado às 19h29
Aqueles que tiveram a sorte grande de estarem vivos nos anos 1960 e no começo da década de 1970 lembram-se de como o Beatles eram onipresentes, em todos os aspectos. Havia o rock, a música popular e os Beatles – esses eram uma categoria própria. Claro, em termos de atmosfera, visual e intenções, os anos 1970 foram o completo oposto da década a qual havia precedido. E apesar de toda a música sensacional e inovadora que era feita naquele período, ainda se clamava pela presença dos Beatles, todos queriam uma eventual volta deles. Eles eram mais do que músicos – haviam adquirido uma dimensão sobre-humana.
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Eu comprei a minha primeira cópia de Sgt Pepper’s em 1975 – o álbum nem havia completado dez anos e já era uma espécie de manto sagrado para quem gostava de rock. Claro, os hits dos Beatles me eram bem familiares. Estas canções ainda tocavam nas rádios em suas gravações originais e nas versões feitas pelos artistas da Jovem Guarda. Mas Sgt Pepper’s era uma surpresa total. Era uma coisa bem diferente, uma viagem psicodélica que eu não havia experimentado. Do começo, com a faixa título unindo um naipe de metais vindos do século 18 com guitarras distorcidas, até o final, com o clima onírico de “A Day in The Life”, Sgt Pepper’s é um espetáculo sonoro que nunca sai da cabeça, mesmo com o passar dos anos.
Lembro-me que no começo da década de 1980, quando ouvi pela primeira vez “London Calling”, do The Clash, tudo estava mudado na música. Fiquei surpreso quando eles cantaram: “Todo esse lance de beatlemania já encheu o saco”. Mas nem mesmo os punks mais iconoclastas do mundo conseguiram destruir a mística do Fab Four.
Sgt Pepper’s começa com a frase “Foi há 20 anos atrás”. Assim, quando o álbum completou justamente 20 anos, em 1987, foi outra revelação. Mesmo na yuppie década de 1980, um tempo cujo visual e sentimentos pareciam serem feitos de plástico, ainda havia um imenso interesse pelo disco. Já nos anos 1990, do britpop, com Oasis, Blur, Verve e outros dando as cartas, Sgt Pepper’s ainda era o disco por qual tudo era medido – afinal, essas bandas decalcaram o som que faziam no que os Beatles produziram no período de lançamento do disco.
Com o avanço das décadas, os Beatles podem ser analisados em três diferentes níveis: como fenômeno social, como personalidades e como músicos. O fenômeno virou história e nostalgia; as personalidades envelheceram e algumas delas já morreram. Já a música, como Sgt Pepper’s demonstra, não envelhece. Cinco décadas depois, como os Beatles cantaram, a banda do Sargento Pimenta entra e sai de moda, mas ainda garante sorrisos.
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