O vocalista e baixista da banda, Tom Araya, deixou o palco emocionado
Felipe Branco Cruz Publicado em 03/10/2019, às 10h43
Se fosse possível resumir a apresentação que o Slayer fez nesta quarta, 2, no Espaço das Américas, em São Paulo, usando apenas uma figurinha no Whatsapp, a imagem seria essa:
Porque foi isso mesmo.
No palco, Tom Araya (vocal/baixo), Kerry King (guitarra), Paul Bostaph (bateria) e Gary Holt (guitarra) conjuraram o tinhoso em um show pesado, poderoso e infernal, sem jamais perder a ternura.
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A apresentação em São Paulo teve um gostinho agridoce para os 8,2 mil fãs que lotaram o Espaço das Américas, na Barra Funda.
Doce porque eles tiveram a chance de assistir ao grupo californiano mais uma vez. Amarga porque, provavelmente, esta será a última vez.
A banda trouxe ao país sua derradeira turnê, “Final World Tour”, que celebra os 36 anos de carreira e anuncia a aposentaria. Ainda no Brasil, o grupo fará uma nova apresentação, na sexta, 4, no Rock in Rio.
O clima não poderia ser mais propício para um show do Slayer. O forte calor que chegou ontem na capital paulista refletiu-se no salão. O local estava lotado e tão quente que as paredes e pilastras escorriam suor. Vai ver, alguém no backstage, em contato com o cramulhão, mandou abrir as portas do inferno por algumas horas e assou a plateia.
Com a pista fervendo e sem área premium, nem mesmo a proibição para a realização de moshs (rodinhas de pogo) e crowdsurfs foram respeitadas. No meio da galera, o que se via eram fãs se divertindo (e se esbofeteando) ao som de um setlist para ninguém botar defeito.
A banda tocou clássicos de todas as fases da carreira. Teve, é claro, "Angel of Death" e "Raining Blood", mas também teve "Evil Has No Boundaries", "War Ensemble", "Season in the Abyss", "Hell Awaits", "South of Heaven" e "Black Magic".
Antes do Slayer subir ao palco, os brasileiros do Claustrofobia fizeram a performance de abertura. Os veteranos do metal nacional ajudaram a esquentar ainda mais o público e vão acompanhar o Slayer no Rock in Rio, onde também se apresentarão.
O que é difícil entender, é o motivo da aposentaria precoce da banda. Tom Araya provou estar na melhor forma. Ele esgarçou a voz como se fosse um garoto e alcançou as notas mais altas sem esmorecer.
Mas, ao final da apresentação, o vocalista deu o tom de despedida e de agradecimento pelos quase 40 anos de carreira.
Após 1h35 de show, já com todas as luzes do público acesas, Araya foi até a boca do palco e ficou quase cinco minutos imóvel, em silêncio, olhando para o público. Silêncio esse, que só foi quebrado por uma frase, dita em português, que resumiu o sentimento dos fãs. "Vou sentir saudades".
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