Slash confirmou a vinda ao Brasil para março de 2015. O guitarrista tratá a turnê de divulgação de <i>World on Fire</i> ao Rio de Janeiro (15/03), Brasília (17/03), Curitiba (19/03), Porto Alegre (20/03) e São Paulo (22/03). - Thaís Azevedo

Sucessos do Guns N’Roses emocionam o público na despedida de Slash do Brasil

Guitarrista realizou o sexto e último show da turnê World On Fire no Brasil, neste domingo, 22, em São Paulo

Lucas Borges Publicado em 23/03/2015, às 02h20 - Atualizado às 12h12

Slash pisou no palco do Espaço das Américas, na noite deste domingo, 22, em São Paulo, com pontualidade britânica, às 21h30. É um sinal de que o cultuado guitarrista nascido em Londres e radicado na Califórnia realmente vive dias bastante diferentes dos tempos de Guns N’ Roses.

Slash estampa a capa da edição de março da Rolling Stone Brasil.

No último dos seis concertos realizados desde 14 de março pelo Brasil (antes, ele tocou no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Porto Alegre), o ex-companheiro de banda do genial e problemático Axl Rose fez uma energizante apresentação com ênfase no repertório dos discos solo dele, mostrando bastante entrosamento com os atuais parceiros do Myles Kennedy & The Conspirators.

Anarquia em Estado Bruto - há três décadas o Guns N’ Roses nascia para sujar o rock and roll.

Slash é capa da edição deste mês da Rolling Stone Brasil, nas bancas de todo país. Em entrevista à revista, ele comenta a calmaria experimentada após os loucos períodos com o grupo que o alçou ao estrelato e com o Velvet Revolver, entre 2002 e 2008, ambos encerrados de maneira traumática (também gravou dois discos com o Snakepit, em 1995 e 2000).

Galeria: as 15 separações mais conturbadas do rock: Guns N’ Roses.

“Acho que, neste momento, só de saber que todos estão de acordo, estão se divertindo e passam por isso tudo no mesmo nível e ao mesmo tempo é um sensação ótima”, revelou o quase cinquentão.

Taciturno, Slash, sempre escondido em meio à cabeleira e ostentando a tradicional cartola, pouco interagiu com o público paulista. Essa tarefa coube a Kennedy. O vocalista pode não ter a fama nem as louras madeixas de Axl Rose, mas exala simpatia, acompanha os acordes com garganta afiada e mostrou ter um séquito de fãs por aqui, como visto pelos gritinhos do público feminino e pelo coro entoado por parte dos presentes (Myles, Myles!)

Relembre como foi a passagem do Guns N’ Roses por São Paulo em 2014.

Ao lado do astro da guitarra desde 2010, quando gravou no álbum Slash, de 2010, “Back From Cali”, junto com o baterista Brent Fitz e o baixista Todd Kerns (a guitarra base de Frank Sidoris completou o time no Brasil), Kennedy cantou especialmente os hits do novo álbum World on Fire, de 2014, que dá nome à turnê.

Faixas de Apocalyptic Love, de 2012 (como “You’re a Lie”, que abriu o show), e do já citado Slash também animaram o público. Impossível negar, porém, que o que realmente levantou os pés do chão foram os sucessos do Guns. A começar por “Nightrain”, segunda música do concerto, do insuperável Appetite for Destruction, 1987. “You Could Be Mine”, de Use Your Illusion II, 1991, foi outra que fez a alegria de roqueiros saudosos.

Todd Kerns arriscou-se nos vocais em “Doctor Alibi” e pela primeira vez ouviu-se um fiozinho da voz de Slash, entrando timidamente no refrão. Kerns também assumiu os versos de “Welcome to the Jungle”, um dos picos de euforia da noite.

Passados 45 minutos de apresentação, a atração principal finalmente saudou os espectadores: “Obrigado, São Paulo. Vocês são lindos”, disse ele, preferindo expressar satisfação saltitando entre os companheiros. Sorriso de sua parte só se viu uma vez, brevemente, depois da performance de “Bent To Fly”, mais uma de World On Fire.

Na hora de empunhar o ganha pão, Slash entra em transe, como bem lembra na entrevista à Rolling Stone Brasil (“quando peguei a guitarra [pela primeira vez], acho que a capacidade de me concentrar ao extremo de repente se apresentou”).

Foi o que se viu no solo de quase 20 minutos executado na sequência de Rocket Queen (Appetite for Destruction), uma pausa para as canções aceleradas que deram o tom no Espaço das Américas.

Antes do adeus após pouco mais de 2h de música, não poderiam faltar “Sweet Child O’ Mine” e uma solitária do Velvet, “Slither”. “Paradise City” veio no bis, encerrada com palhetas arremessadas ao público e uma promessa de Slash. “Vocês são incríveis pra caralho. Nos veremos em breve. Tchau!”.

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