<b>Decidida</b><br> Na adolescência, a música já era uma das poucas certezas de Alice. - Daryan Dornelles/Divulgação

Terceira geração de família ícone da MPB revela seu lado pop com Alice Caymmi

“Estava no limbo da existência intelectual. Aí, comecei a compor coisas para falar sobre minha vida, sobre o dia a dia”, conta ela

José Julio do Espirito Santo Publicado em 24/12/2014, às 17h25 - Atualizado em 27/12/2014, às 11h27

"Muita gente fala que sou intensa”, comenta Alice Caymmi ao telefone, antes de disparar uma sonora risada. Aos 24 anos, a cantora carioca acaba de lançar o segundo álbum, Rainha dos Raios. Alice é, sim, intensa. E grande, e linda, e com um vozeirão herdado da dinastia Caymmi – ela é neta de Dorival e filha de Danilo.

A estreia em disco, lançada em 2012, foi forrada por composições próprias, algumas das quais datam da adolescência na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. “Eu estava no limbo da existência intelectual. Aí, comecei a compor coisas para falar sobre minha vida, sobre o dia a dia”, conta. “Era meio que um diário. Eu tinha 12 anos.”

Desde então, a música foi uma das poucas certezas nos planos da artista. Ela desistiu da faculdade de direito na FGV logo no 1º ano, para depois começar a estudar teatro na PUC. Entrou para um grupo, excursionando com o musical infantil O Barbeiro de Ervilha, em 2009. “Isso foi fundamental para a dramaturgia do meu show”, Alice explica. “Se eu não entendesse um pouco, não saberia escolher um iluminador bacana, um figurino. Sou eu que fico bolando tudo em casa. Sou tarada por moda: Alexander McQueen, Björk… O desafio sempre foi baixo orçamento e conceito forte. A coisa começou a crescer e o orçamento não é mais tão baixo. Ainda bem.”

O segundo álbum foi coproduzido por ela e o amigo Diogo Strausz, e lançado pela Joia Moderna, selo do DJ Zé Pedro. O trabalho traz músicas de outros compositores de várias vertentes – Maysa, Caetano Veloso e MC Marcinho, entre eles –, mas é um retrato ainda mais fiel da jovem intérprete. “A rainha dos raios é a rainha de si”, Alice teoriza. “Não que eu seja uma entidade como Iansã é. É que eu sou minha entidade e me conheço e sou rainha do que acontece aqui. É aquele empoderamento que você ganha consigo mesma.”

Apesar de vir de linhagem estrelada, Alice garante que não por isso escapa das dificuldades da carreira escolhida. “Ser mulher não é fácil. Sei que ser homem é uma merda também. Está todo mundo no mesmo barco, mas em um país latino-americano ser uma moça jovem querendo ter uma banda, fazer arranjos e tal é duro.”

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