Segundo relatório da ONG, a crise climática tem efeitos desproporcionais e desiguais, prejudicando ainda mais a população vulnerável
Redação Publicado em 13/08/2021, às 10h58 - Atualizado às 10h59
Em meio a ondas de calor, tempestades, incêndios e outras emergências climáticas que tomam conta dos noticiários, a Anistia Internacional publicou o relatório Parem de Queimar Nossos Direitos nesta sexta, 13. O documento explica que a crise climática aprofunda a desigualdade, tratando-se também de uma crise dos direitos humanos.
Conforme noticiado pela Folha de S. Paulo, o relatório afirma que a crise climática tem consequências desproporcionais, afetando injustamente alguns países. Em algumas nações, por exemplo, as mudanças afetam o direito à vida, água potável, segurança alimentar, moradia, saúde, trabalho e outros.
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Segundo o documento, mais de 20 milhões de pessoas foram deslocadas internamente, em média, a cada ano entre 2008 e 2019 por causa de eventos relacionados ao clima, seja queimadas, secas e outros.
Assim, a ONG alerta para a importância da redução da emissão de carbono, principal responsável pela elevação da temperatura global. O levantamento aponta que, desde os tempos pré-industriais, a temperatura do planeta subiu cerca de 1,1ºC — e não pode passar de 1,5ºC, pois levaria à catástrofe.
🔴 As mudanças climáticas são uma questão de direitos humanos não apenas porque seus impactos devastadores afetam os nossos direitos, mas também porque são consequência da escolha por um modelo de desenvolvimento insustentável.
— Anistia Internacional Brasil 🕯 (@anistiabrasil) August 9, 2021
Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, disse à Folha sobre a situação brasileira em relação à crise climática: “As autoridades públicas no Brasil têm contribuído para que haja um desmonte da agenda ambiental, mas não há mais espaço para o negacionismo. A vida de brasileiros e brasileiras deve vir em primeiro lugar.”
Segundo Werneck, o Brasil não está fazendo o suficiente para enfrentar a crise climática e proteger a população: “Temos visto decisões equivocadas, perigosas e muita negligência. O governo não se coloca ao lado da proteção do ambiente natural nem dos sujeitos de grupos populacionais como indígenas, quilombolas e moradores das periferias das cidades para mitigar e superar os impactos da crise climática.”
O relatório da ONG chama a atenção para a importância das autoridades enfrentarem a crise climática porque, ao contrário, o desequilíbrio entre nações é acentuado. De acordo com a Folha, a Anistia Internacional afirma que, de 1990 a 2015, os 10% mais ricos da população mundial (630 milhões de pessoas) foram responsáveis por mais da metade das emissões acumuladas de carbono, enquanto os 50% mais pobres (3,1 bilhões de pessoas) foram responsáveis por apenas 7% das emissões acumuladas.
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