CRÍTICAS

A curiosa razão pela qual Demi Moore sentiu vergonha do filme Striptease

Obra colocou atriz no patamar de artista mais bem paga de Hollywood, mas nem tudo foi perfeito

Demi Moore (Foto: Matt Winkelmeyer/WireImage)
Demi Moore (Foto: Matt Winkelmeyer/WireImage)

A década de 1990 se provou especial para Demi Moore. Neste período, a atriz estrelou os principais trabalhos de sua carreira e obteve enorme popularidade. Um dos destaques no período foi Striptease (1996), filme em que, como o título indica, teve de interpretar uma stripper.

A obra fez de Demi Moore a atriz mais bem paga de Hollywood na época: ela embolsou US$ 12,5 milhões para viver a protagonista. Todavia, nem tudo foi perfeito: mesmo com o generoso cachê, a artista diz ter sentido vergonha do longa-metragem por uma razão em especial.

Em conversa com o podcast The Interview (via Variety), Moore revelou que Striptease e Até o Limite da Honra (1997) resultaram em críticas negativas tanto de homens quanto de mulheres. Foi quando revelou o motivo que a fez sentir vergonha do primeiro filme citado.

Com Striptease, foi como se tivesse traído as mulheres e com Até o Limite da Honra, foi como se tivesse traído os homens. Mas acho que o mais interessante foi quando me tornei a atriz mais bem paga. Por que, naquele momento, a escolha foi tentar me rebaixar? Não levei isso para o lado pessoal. Acho que qualquer uma na minha posição, de ser a primeira a conseguir salário igual, seria atacada. Mas como fiz um filme no qual lidava com o mundo de strippers e o corpo, fiquei extremamente envergonhada.”

Demi Moore: sem comparações com Bruce Willis

Na época em que gravou Striptease, Demi Moore era casada com Bruce Willis, outro nome muito bem-sucedido naquele período. Ao ter aceitado participar do filme, garantiu que a ideia não era comparar sua carreira com a do então marido, mas mostrar que merecia receber o mesmo salário. Ainda comparou a situação com outra vivenciada durante a gravidez.

Não foi sobre me comparar com ele. Sim, via o quanto ele ganhava. Era mais sobre: ‘Por que também não posso? Se estou fazendo o mesmo trabalho, por que não posso?’. Não é diferente de quando fiz a capa da Vanity Fair grávida. Não entendo por que foi um problema: as mulheres grávidas devem se esconder? Temos de negar que fizemos sexo? Esse é o medo: se você mostrar sua barriga (grávida), isso significa: ‘meu Deus, você fez sexo’.”

Sobre Striptease

Em Striptease, Demi Moore vive a ex-secretária do FBI Erin Grant, que perde a guarda da filha por conta dos antecedentes criminais do ex-marido. Para resolver a questão, decide se tornar stripper de um clube em Miami, algo que também acaba a envolvendo com a corrupção dentro do meio político.

Além de Moore, o elenco conta com Armand Assante, Ving Rhames, Robert Patrick, Burt Reynolds e Rumer Willis, uma das filhas da atriz com Bruce Willis. A direção é de Andrew Bergman.

Apesar dos bons números de bilheteria — US$ 113,3 milhões, com um orçamento de US$ 50 milhões —, Striptease recebeu uma enxurrada de críticas negativas. O filme foi indicado a seis categorias do infame Framboesa de Ouro e costuma ser mencionado nas listas de piores títulos da história do cinema.

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Colaborou: Augusto Ikeda.

Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Começou em 2007 a escrever sobre música, com foco em rock e heavy metal. É colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022 e mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, revista Roadie Crew, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram e outras redes: @igormirandasite.