O maior “crime” que um comediante pode cometer, segundo Tom Hanks
Ao refletir sobre tema, ator apontou também que não existe meio termo na comédia: ou você é engraçado, ou você não é
Igor Miranda (@igormirandasite)
Publicado em 04/12/2024, às 08h00Tom Hanks é um grande exemplo de ator que conseguiu transitar bem entre comédia e drama. O humor era bastante explorado especialmente no início de sua trajetória como ator, a exemplo dos filmes O Homem do Sapato Vermelho (1985), Quero Ser Grande (1986), Uma Dupla Quase Perfeita (1989) e Joe Contra o Vulcão (1990).
Os dramas tomaram espaço maior em seu catálogo a partir da década de 1990, mas seus conhecimentos a respeito de como se fazer comédia não foram esquecidos. Uma boa demonstração disso foi dada em 2018.
Em conversa com a Rolling Stone EUA no ano em questão, Hanks foi perguntado a respeito do lado humorístico de sua carreira. Primeiro, deixou bem claro considerar-se um ator e não um comediante, mas revelou saber que leva jeito para arrancar risadas do público.
Eu me considero um ator antes de me considerar um comediante. Mas estou definitivamente ciente de que sou engraçado e que meus filmes são comédias.”
Na sequência, Hanks revelou qual é o maior “crime” que um comediante pode cometer. Também citou o maior dos pecados para quem quer se destacar na área.
Tentar ser engraçado quando você não deveria ser engraçado é um crime. Mas não ser engraçado quando você deveria ser é um pecado. Você não deve fazer isso. Não importa o que seja, apenas não faça.”
Tom Hanks e o meio termo na comédia
Em outra entrevista, ao podcast do Bafta, Tom Hanks compartilhou mais reflexões a respeito do tema. E chamou atenção ao dizer que acredita não existir meio termo na comédia: para ele, ou você é engraçado, ou você não é. Sem “meio engraçado”.
Sabe, é sobre ser engraçado ou não ser engraçado. É um epítome de nadar ou afundar. O primeiro trabalho que consegui foi pelo fato de ser barulhento e engraçado, ainda mais barulhento e mais engraçado ou talvez porque era o mais barulhento das pessoas concorrendo ao papel. E não dá para fingir, não existe uma teoria, é simplesmente assim: é engraçado ou não é engraçado.”
O americano ainda se recordou de outro problema comum em filmes de comédia. Para ele, é imprescindível que não apenas o elenco, mas toda equipe de produção tenha senso de humor apurado. Caso contrário, o trabalho pode não dar certo — já que um editor, por exemplo, é capaz de arruinar uma obra ao cortar trechos por não compreendê-los.
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Colaborou: Augusto Ikeda.