A lista inclui episódios desde os anos 1950 até hoje
O que diferencia as séries dos filmes são os episódios, e é nesse formato que elas brilham. Poucas coisas são tão satisfatórias quanto ver um episódio espetacular da sua série favorita.
Por outro lado, essa estrutura de 'partes' com os episódios também faz com que as séries sejam, por natureza, irregulares. Mesmo séries icônicas podem ter episódios decepcionantes. E até programas medianos podem surpreender e entregar ótimos episódios.
A Rolling Stone EUA criou uma lista com os 100 melhores episódios de todos os tempos. A lista inclui episódios desde os anos 1950 até hoje, como foco apenas em dramas e comédias roteirizadas — deixando de fora programas jornalísticos, reality shows, esquetes e talk shows. Vale ressaltar que grande parte dos seriados mencionados são americanos, mas também há uma gama de programas estrangeiros.
Aqui, reunimos os 10 primeiros colocados dessa lista, confira:
Na série Atlanta, Donald Glover mistura surrealismo e humor para explorar temas como fama, sucesso, raça e classe. No entanto, o episódio "Teddy Perkins" se destaca por ser uma verdadeira mini-história de terror. Darius (LaKeith Stanfield) está tentando comprar um piano vintage, mas o que realmente o assusta é Teddy Perkins, o misterioso e estranho vendedor. Glover, que interpreta Teddy com uma maquiagem pesada e comportamento bizarro, criou uma atmosfera sombria e tensa, lembrando o clássico O Iluminado. Com uma trilha sonora perfeita e um clima de pesadelo, esse episódio é um dos mais inesquecíveis da série.
O final de The Shield é um estudo sobre consequências. O protagonista Vic Mackey (Michael Chiklis) e os membros restantes de sua equipe de polícia corrupta enfrentam as repercussões de suas ações ao longo das temporadas. O episódio mistura destinos esperados e surpresas devastadoras, com uma das decisões mais trágicas e chocantes da série. O criador Shawn Ryan encerrou a trama de forma impecável, tornando Family Meeting um dos melhores finais de série já feitos.
A minissérie Roots, baseada no livro de Alex Haley, marcou a TV em 1977 ao retratar a história de gerações de escravizados nos EUA. O segundo episódio, em particular, impactou o público ao mostrar a captura e o sofrimento de Kunta Kinte (LeVar Burton), incluindo uma tentativa de fuga falha e sua recusa em aceitar o nome "Toby", imposto pelos senhores. As cenas brutais e a dor nos olhos dos personagens foram momentos que ficaram gravados na memória dos espectadores, tornando Rootsum marco na televisão.
O final da primeira temporada de Cheerstrouxe à tona a tensão romântica entre o barman Sam Malone (Ted Danson) e a garçonete Diane Chambers (Shelley Long). Diane começa a namorar o irmão mais bem-sucedido de Sam, mas ele ainda acredita que ela o prefere. Isso resulta em uma discussão que culmina em um momento icônico: após dizer que o odeia, Diane se entrega à paixão e eles se beijam, levando a plateia ao delírio. Essa cena definiu o estilo de várias comédias românticas que vieram depois.
Neste episódio, Don Draper (Jon Hamm) e Peggy Olson (Elisabeth Moss) passam uma noite trabalhando em uma campanha publicitária para a Samsonite. Durante essa longa jornada, eles enfrentam seus conflitos pessoais e revelam segredos que moldaram suas vidas e carreiras. A evolução da relação entre Don e Peggy, de chefe e assistente a parceiros frustrados, é explorada de forma emocionante. Mesmo quem não acompanhou a série pode apreciar o incrível trabalho de atuação e roteiro neste episódio.
Este episódio revolucionário de Seinfeldgira em torno de uma aposta entre Jerry, George, Elaine e Kramer para ver quem consegue resistir por mais tempo à tentação da masturbação, sem nunca mencionar diretamente a palavra. Com situações hilárias e reviravoltas constrangedoras, o episódio garantiu a consagração da série, transformando-a em um fenômeno cultural. A expressão "master of your domain" se tornou um dos maiores eufemismos da TV.
Em College, Tony Soprano (James Gandolfini) leva sua filha Meadow para visitar faculdades, mas acaba encontrando um ex-associado da máfia que virou informante. Tony decide caçá-lo e matá-lo, uma decisão ousada para um protagonista de TV na época. Este episódio influenciou não só The Sopranos, mas também todas as séries dramáticas que vieram depois. Além disso, o enredo paralelo, com Carmela (Edie Falco) e o padre Phil, cria uma discussão profunda sobre as escolhas de vida de Tony.
Neste episódio surreal de The Leftovers, Kevin Garvey (Justin Theroux) toma veneno para silenciar uma voz perturbadora em sua mente e acorda em um hotel, assumindo a identidade de um assassino internacional. O episódio mistura fantasia, humor e tragédia, sem se preocupar em explicar se Kevin está em uma alucinação ou no pós-vida. O impacto emocional e a originalidade fazem deste um dos momentos mais marcantes da série.
Considerado o episódio mais engraçado de Os Simpsons, "Last Exit to Springfield" traz Homer liderando uma negociação sindical para garantir o plano odontológico dos funcionários da usina, enquanto Lisa lida com seus novos aparelhos dentários. O episódio é recheado de piadas rápidas e referências culturais, de Cidadão Kane a Batman. A cena clássica de Mr. Burns com mil macacos tentando escrever um romance é um dos momentos mais memoráveis da série.
Ozymandias é o episódio em que todas as ações de Walter White (Bryan Cranston) ao longo de Breaking Bad voltam para assombrá-lo. Hank é assassinado pelos capangas de Jack, o dinheiro de Walt é roubado, e sua família se vira contra ele. Em desespero, Walt sequestra sua filha Holly. A cena em que Walt revela a Jesse que deixou Jane morrer é de partir o coração. Com direção impecável e momentos impactantes, este episódio é considerado um dos melhores da TV, marcando o auge de Breaking Bad.
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