Oscar Cannábico: Filme brasileiro concorre a melhor documentário em festival
Queimando Fronteiras acompanha a legalização da maconha na América Latina e foi selecionado pelo júri do Festival Internacional de Cine Canábico
Redação
Publicado em 14/02/2025, às 18h16
Enquanto os brasileiros fãs de cinema aguardam ansiosamente pela 97ª edição do Oscar, que acontece no dia 2 de março e tem o filme Ainda Estou Aqui como candidato em três categorias, outra produção do Brasil está concorrendo em uma cerimônia internacional.
Trata-se do documentário independente Queimando Fronteiras, que vai estrear no Festival Internacional de Cine Canábico (FICC) de Buenos Aires, considerado o “Oscar Cannábico”.
Selecionado pelo júri técnico, o filme será um dos concorrentes na categoria Largometrajes Documentales, que reúne documentários de longa duração. O festival será realizado no próximo dia 21 de fevereiro, em Buenos Aires, na Argentina.
Queimando Fronteiras é uma obra da produtora curitibana Abra a Gaveta com direção de Leonardo Ferron Baggio. O filme tem duração de 75 minutos e acompanha a jornada da legalização da maconha na América Latina, com foco especial na regulamentação do autocultivo na Argentina, aprovada em 2020. Para contar essa história, a equipe percorreu mais de 30 mil quilômetros, cruzando a fronteira brasileira e dialogando com ativistas, políticos, especialistas, usuários e cidadãos que vivem os impactos diretos dessa transformação.
O filme mostra o fracasso da tão cultuada ‘guerra às drogas’, que tem consequências terríveis em todo o mundo, principalmente na América Latina. Com a obra, lançamos uma provocação para que o assunto seja tratado com responsabilidade e humanismo. Falamos tanto sobre os impactos desse combate inócuo, mas infelizmente não vemos avanços importantes, principalmente por causa do preconceito”, destaca Leonardo Ferron Baggio.
Com uma abordagem crítica e envolvente, o documentário busca ampliar o debate sobre políticas de drogas, direitos humanos e os desafios enfrentados por países que avançam em legislações mais progressistas. Mais do que isso, o filme questiona governantes sobre a urgência da legalização e explora como o fim da guerra às drogas pode ajudar a curar as "veias abertas" do continente.
A sessão de estreia, que será realizada no Festival Internacional de Cine Canábico, contará com a presença da equipe de produção e convidados especiais, proporcionando um espaço para discussões e trocas sobre o tema abordado no filme. Após a exibição, haverá um bate-papo com os realizadores e personagens.
Com edições na Argentina, Chile, Uruguai e Brasil, o FICC é um dos principais festivais do mundo sobre a temática, promovendo filmes e debates que desafiam as fronteiras e levam informação sobre um assunto tão importante na sociedade.
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