Jamiroquai
Rock Dust Light Star
Mercury/Universal Music
De forma irresistível, batidas dançantes remetem a outros tempos
Eis que o cheiro dos anos 70 aparece no ar. Mas o Jamiroquai, como já é característico, consegue dar novos ares à disco music e o cheiro vem despido de mofo nesse bem-sucedido Rock Dust Light Star, sétimo álbum de inéditas dos ingleses. Tirando a guitarra mais rock androll de “Hurtin’”, o repertório varia entre baladas (“Goodbye to My Dancer” tem a melodia mais bonita do disco, mas “Blue Skies”, o segundo single do CD, chega bem perto) e sons que fazem o ouvinte colocar o braço para o alto e extrair o seu Tony Manero interior. Destaque para o primeiro single, “White Knuckle Ride”, que junta a disco com um teclado à la house music. Quem fala alto nessa banda é o baixo de Paul Turner, que dialoga com diversas faixas e se faz ouvir – até sentir, se seu som tiver um bom grave. Vale experimentar as baixas frequências com “All Good in the Hood” e sua introdução que emula Kool & the Gang. Já “Two Completely Different Things”, fosse em português, seria uma faixa de algum disco clássico da Banda Black Rio. Encerrando, “Hey Floyd” começa tribal, descamba para o reggae e depois ganha peso, para fechar os trabalhos de forma diversificada. O cantor Jay Kay tem a sorte (ou a competência) de liderar uma banda que pode se dar ao luxo de não arriscar tanto nos discos e mesmo assim entregar um trabalho de alta qualidade.
MARCOS LAURO