ENTREVISTA

Ghost voltou às raízes com novo álbum Skeletá? Tobias Forge explica

À Rolling Stone Brasil, músico define trabalho — planejado desde o ciclo do anterior Impera (2022) — como “retorno às origens”, mas não ao pé da letra

Igor Miranda (@igormirandasite)

Tobias Forge, do Ghost, em 2025
Tobias Forge, do Ghost, em 2025 - Foto: Katja Ogrin / Redferns

O Ghost iniciou sua nova fase com o lançamento do novo álbum Skeletá. Disponibilizado nesta sexta-feira, 25, o trabalho apresenta ao público o Papa V Perpetua. Leia resenha clicando aqui.

Há algumas peculiaridades no ciclo deste sexto disco de estúdio. A começar pelo fato de Tobias Forge, enfim, ter voltado a dar entrevista para veículo de mídia brasileiro. O próprio fato de o cantor, multi-instrumentista, líder e único membro fixo da banda conversar mais com a imprensa no momento atual é algo diferente.

Contrasta com a abordagem diferente do próprio disco. Se antes atuou como observador externo e sociopolítico — como os antecessores diretos Prequelle (2018) e Impera (2022) —, agora Forge deixa a introspecção tomar conta. Temas como esperança, arrependimento e amor compõem o repertório lírico deste novo trabalho.

“Houve introspecção em álbuns anteriores, mas não tão completa e temática quanto neste”, confirma o artista e intérprete do Papa V Perpetua em entrevista à Rolling Stone Brasil, publicada na edição especial impressa Seu Jorge + Futuro da Música e disponível no site Loja Perfil.

Ghost no clipe de "Satanized"
Ghost no clipe de “Satanized” – Foto: reprodução / YouTube

 

Outra característica distinta do ciclo atual está ligada a tirar o pé do acelerador. Era preciso. Na última década e meia, o Ghost foi uma das bandas mais trabalhadoras do cenário hard rock/metal. Isso trouxe frutos, como:

  • shows ocuparem espaços cada vez maiores, como grandes arenas e festivais em palcos principais e horários privilegiados;
  • números em streaming decolarem, a ponto de o grupo ter mais de 8 milhões de ouvintes mensais (mais até que os 7,8 mi do Iron Maiden);
  • vendas de discos colocarem Impera no top 10 de mais de quinze países, incluindo Estados Unidos e Reino Unido (ambos em 2º), com cinco deles o tendo no topo das paradas (Alemanha, Áustria, Finlândia, Espanha e Suécia);
  • vendas de singles renderem um sem-número de certificações de ouro e platina, com destaque a “Mary on a Cross”, compacto platinado em quatro países (EUA incluso) após viral tardio no TikTok;
  • o grupo ter recebido, até hoje, cinco indicações ao Grammy, com uma vitória em 2016 (Melhor Performance de Metal com “Cirice”).

Porém, tal ritmo também rendeu burnout. Em 2024, pela primeira vez na carreira, o Ghost ficou um ano inteiro sem fazer shows por escolha própria (2021 foi afetado pela pandemia). Não quer dizer que Tobias ficou em casa olhando para o teto, pois o período marcou a chegada do filme-concerto Rite Here Rite Now, mas tudo operou em outra intensidade.

O desgaste levou Forge, também único compositor e criador de toda a história fictícia do grupo — comandado por um Papa endiabrado alterado a cada ciclo —, a repensar seu processo. Ele explica à Rolling Stone Brasil, citando uma volta às origens até certo ponto:

“Por 15 anos, sempre estive cinco passos à frente. Com este álbum, senti que estou meio que voltando às origens. Após muito tempo jogando luz de fora, de repente você se vira e muda o foco para o básico. O fã de rock não deve entender Skeletá como um álbum de ‘volta ao básico’ — não é como se estivéssemos de volta para Opus Eponymous (2010) —, mas me parece um retorno, o que é bom. Também é um ponto de virada para mim, pois não olho mais tão longe no futuro. Sairemos numa turnê enorme e não vou planejar muito mais do que isso.”

Apesar disso, ainda não houve tanta mudança no senso de planejamento de Tobias. A ideia de Skeletá já estava pronta anos atrás. O próprio músico disse, no início de 2022, que “já tinha um álbum em mente” e que seria diferente do então recém-lançado Impera. Agora, ele complementa:

“Desde aquela época, essa era minha ideia. Senti que Impera era nada introvertido. Era todo sobre uma visão externa. Só senti que não queria voltar e me repetir. Queria fazer algo diferente. E tematicamente teria outro significado.”

Entrevista de Tobias Forge, do Ghost, à Rolling Stone Brasil

A entrevista completa de Tobias Forge à Rolling Stone Brasil foi publicada na íntegra na edição especial impressa Seu Jorge + Futuro da Música. A revista está disponível no site Loja Perfil.

 
 
 
 
 
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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Começou em 2007 a escrever sobre música, com foco em rock e heavy metal. É colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022 e mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, revista Roadie Crew, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram e outras redes: @igormirandasite.
TAGS: ghost, Skeletá, Tobias Forge