FÃ DECLARADO

O guitarrista pouco lembrado que David Gilmour adora: “sempre amei”

Músico que deixou integrante do Pink Floyd em êxtase era dois anos mais novo que ele: “queria bater naquele pequeno filho da p#ta, ele era tão bom!”

Igor Miranda (@igormirandasite)

Publicado em 18/03/2025, às 16h16
David Gilmour, guitarrista do Pink Floyd, em 2016 - Foto: Matthew Eisman / Getty Images
David Gilmour, guitarrista do Pink Floyd, em 2016 - Foto: Matthew Eisman / Getty Images

As raízes musicais de David Gilmour se concentram nas décadas de 1950 e 1960. O guitarrista do Pink Floyd é fã declarado de Elvis Presley, Beatles, Beach Boys, The Kinks, Bob Dylan, Neil Young, Jimi Hendrix, B.B. King, entre vários outros nomes que fizeram história nos períodos citados.

Em meio a artistas e bandas tão consagrados, há um músico menos lembrado que fez a mente de Gilmour ainda na juventude. Trata-se de Steve Winwood, guitarrista e tecladista que passou pela Spencer Davis Group (1964 a 1967), Traffic (1967 a 1969, 1970 a 1974) e Blind Faith (1969), neste último projeto ao lado de Eric Clapton e Ginger Baker (ambos ex-Cream). Na década de 1980, lançou trabalhos multiplatinados e menos distantes do rock, o que pode ter ofuscado um pouco sua imagem no instrumento citado.

Em entrevista à Q Magazine (via Pink-Floyd.org), Gilmour celebrou o trabalho de Winwood ainda com o Spencer Davis Group. Para o músico do Pink Floyd, o ídolo parecia ter talento demais para uma pessoa só.

Ele disse:

“Sempre amei Stevie Winwood. Eu costumava ir assistir ao Spencer Davis Group quando tinha 18 anos. Ele tinha cerca de 16. Ele costumava tocar guitarra muito bem, assim como piano.”

Steve despertava sensações curiosas no jovem David. Chegava ao ponto de ficar quase agressivo, como o próprio admite:

“Eu realmente queria bater naquele pequeno filho da p#ta, ele era tão bom!”
Steve Winwood durante show do Traffic em 1973
Steve Winwood durante show do Traffic em 1973 - Foto: Brian Cooke / Redferns

Um pouco mais sobre Steve Winwood, ídolo de David Gilmour

Apesar de seus trabalhos de maior repercussão comercial terem saído na década de 1980, já em carreira solo, Steve Winwood criou suas obras mais aclamadas nos anos 1960 e 1970. Por exemplo, seus dois primeiros álbuns com o Traffic, Mr. Fantasy (1967) e o homônimo de 1968, são extremamente influentes.

O grupo entrou em hiato em 1969 e Winwood logo se vinculou ao Blind Faith, spuergrupo completo por Eric Clapton na guitarra, Ginger Baker na bateria e seu colega de projeto anterior Ric Grech no baixo. A iniciativa rendeu apenas um disco, homônimo, também bastante aclamado.

Com o retorno do Traffic em 1970, saiu o trabalho de maior sucesso da banda nos Estados Unidos: John Barleycorn Must Die, no mesmo ano da reunião. O curioso êxito em território americano se repetiu com o material seguinte, The Low Spark of High Heeled Boys (1971), e assim o grupo se manteve até 1974.

Além de Spencer Davis Group, Traffic, Blind Faith e carreira solo, Steve Winwood gravou com Ginger Baker’s Air Force, Go, Jimi Hendrix Experience (mais especificamente, órgão Hammond em “Voodoo Chile”), Joe Cocker, Howlin’ Wolf, Lou Reed, Robert Palmer, Sandy Denny, Billy Joel, entre vários outros. Uma discografia ímpar, que apenas reflete o talento de um guitarrista e tecladista que não se tornou tão lembrado quanto alguns nomes mais consolidados no panteão do rock.

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