Por que Michael Jackson só gravava suas músicas no escuro

Como todo grande artista, Michael Jackson tinha suas peculiaridades na hora de trabalhar. Embora todos citem que ele era muito profissional tanto em estúdio quanto nos palcos, havia alguns hábitos curiosos por parte do cantor, que nos deixou em 2009.

Um deles, de acordo com o já falecido engenheiro de som Bruce Swedien, tem a ver com a iluminação (ou melhor, a falta dela) exigida por Michael na hora de gravar suas músicas. Em entrevista concedida em 2009 ao Future Music, o profissional de estúdio morto em 2020 disse que o artista só fazia suas linhas vocais se as luzes estivessem todas apagadas.

Ele afirmou:

“Curiosamente, sempre gravamos Michael no escuro. Ele odiava luzes. Quer dizer, até poderia ter um pouco de luz para ele, mas o estúdio ficava totalmente no estúdio.”

Swedien, que na ocasião falava sobre as sessões do álbum Thriller (1982), disse ter uma explicação científica para o pedido de Jackson.

“Acho que uma razão pela qual ele queria isso - e por que isso funcionava tão efetivamente - é que através de meus estudos sobre acústica e assim por diante, descobri que o ser humano é principalmente um animal visual. A audição é nosso segundo sentido. As pessoas podem se distrair tendo muitas luzes no estúdio, na medida em que isso pode tirá-los da música.”

As gravações de Thriller aconteceram nos estúdios Westlake Audio, em Los Angeles, nos Estados Unidos. O trabalho foi desenvolvido entre abril e novembro de 1982, com lançamento poucos dias depois: 30 de novembro daquele ano.

Michael Jackson e o profissionalismo

Em outro momento da entrevista, Bruce Swedien relembrou que, como qualquer outra pessoa, não imaginava que Thriller fizesse tanto sucesso. Estamos falando do álbum mais vendido da história da música, com estimativa de 70 milhões de cópias comercializadas mundialmente.

“Qualquer um que diga que achou que faria todo esse sucesso está mentindo, pois não dá para saber até chegue a público e o próprio público diga: 'uau, isso é muito bom'. Tudo o que fizemos foi seguir Quincy Jones (produtor) pelo caminho para obter as melhores músicas que poderíamos fazer, com paixão pelos detalhes. Quincy era tão incrível de se trabalhar, assim como Michael. Nos divertimos muito.”

Todo o trabalho em torno daquele disco foi facilitado por Michael Jackson, que, além de talentoso, era muito profissional.

“Michael nunca chegava atrasado para uma sessão — chegava até adiantado. Além disso, não me lembro de Michael segurar as letras ao cantar. Ele ficava acordado à noite até memorizar a música ou as músicas que gravaríamos naquele dia. Não há muitos artistas assim. Com ele, não havia dificuldade alguma.”

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