Nos EUA, site cria sistema em que investidores podem fazer suas apostas em promessas da música
A página Slicethepie (algo como "fatiem o bolo") pôs em prática uma forma inovadora de promover novas bandas. Os idealizadores inventaram um sistema que se assemelha a uma bolsa de valores, só que, em vez de investir nas ações de determinada companhia, os interessados investem em ações de bandas.
Lançado há sete meses, o site já financiou 14 bandas, gerando um lucro de mais de R$133 mil para os envolvidos, entre aqueles que resenham o trabalho das bandas e os investidores em si.
David Cortier-Dutton, fundador e presidente-executivo da empresa, disse à agência Reuters que "o problema é que o custo de produzir artistas novos é fenomenalmente alto". Os gastos elevados não compensariam o risco, principalmente com a crise da indústria fonográfica. "O que fazemos na prática é transformar cada fã de música em uma gravadora. Todo mundo pode investir em artistas novos, de uma maneira economicamente atraente."
O público do Slicethepie é variado: gente que quer ganhar algum dinheiro resenhando o trabalho dos artistas, empresários que lidam com investimentos e fãs que querem se aproximar dos músicos.
Hoje, a página conta com cerca de 7,5 mil músicos inscritos à espera de resenhas dos associados do site. A cada mês, os 20 trabalhos mais votados ficam visíveis a possíveis investidores. Dessa lista, uma ou duas bandas conseguem arrecadar os US$ 50 mil necessários para a gravação de um disco.
Dois anos após apostarem suas fichas em algum músico, os investidores recebem R$3,30 por CD vendido, mais R$0,33 por música vendida em contrato.
Os artistas mantêm os direitos autorais sobre suas obras, e podem assinar contrato com gravadoras convencionais - desde que a contratante esteja disposta a pagar uma multa.
Comissões em cima dos fundos levantados, operações com as ações dos investidores e uma porcentagem vinda dos royalties dos artistas mantêm o Slicethepie no ar. No Brasil, ainda não existe serviço semelhante.