Papel sob medida para Mickey Rourke garante a ressurreição de sua carreira
Mickey Rourke tinha uma carreira promissora. Nos anos 80, trabalhou com diretores como Francis Ford Coppola e Alan Parker, e estrelou o cult sexy 9½ Semanas de Amor (1986). Era o próximo Marlon Brando. Com a fama de bad boy, foi ladeira abaixo. Amargou filmes B e seguiu uma breve carreira como boxeador profissional - o que acabou por desfigurar-lhe o rosto. Havia tornado-se uma sombra de si mesmo.
Em O Lutador, que estréia no Brasil nesta sexta, 13, Rourke faz o papel de sua vida: Ram, um profissional de luta-livre, ícone nos anos 80, que enfrenta o ostracismo profissional e pessoal nos dias de hoje.
Poucas vezes a vivência de um ator apresentou-se tão fundamental na composição de um personagem. Rourke faz das tripas coração enquanto busca o afeto de sua filha ausente (Evan Rachel Wood) e o amor de uma stripper decadente (Marisa Tomei).
Difícil discernir onde termina o ator e começa o personagem, tamanha a quantidade de paralelos entre vida e ficção. É esse toque de realidade que garante uma das melhores performances dos últimos anos.