VIOLÊNCIA EM PERU

Peru decreta estado de emergência após assassinato de cantor

A medida permite a atuação das Forças Armadas no enfrentamento às gangues criminosas, responsáveis por um grande aumento de casos de extorsão no país

Daniela Swidrak (@newtango)

Paul Florez, integrante do grupo Armonía 10
Paul Florez, integrante do grupo Armonía 10 - Reprodução

O governo peruano instaurou estado de emergência em Lima e Callao após o homicídio do cantor Paul Florez, líder da banda Armonía 10. A medida, comunicada no último domingo (16), permite a mobilização das Forças Armadas para enfrentar as gangues criminosas que têm provocado um aumento nas extorsões pelo país.

“Decidiu-se que, nas próximas horas, será proclamado estado de emergência em toda a província de Lima e na Província Constitucional de Callao, com o envio de tropas das nossas Forças Armadas para apoiar a Polícia Nacional”, afirmou Gustavo Adrianzén, chefe do gabinete ministerial do Peru.

Florez, conhecido como “El Ruso”, foi morto a tiros dentro do ônibus da banda após um show em San Juan de Lurigancho, um dos distritos mais violentos do país. O crime gerou forte comoção nacional e intensificou as críticas à presidente Dina Boluarte diante da escalada da criminalidade.

A cantora e apresentadora peruana María Pía Copello desabafou nas redes sociais: “Hoje foi Paul Florez, ‘El Ruso’ do Armonía 10. Ontem, alguém na porta de casa ou dirigindo um ônibus. Amanhã, [será] outro nome na lista”.

O assassinato de Florez não foi um incidente isolado. A banda já havia sofrido um ataque a tiros em dezembro, e outros grupos musicais peruanos também relataram casos de extorsão, com criminosos ameaçando artistas e suas famílias. O problema, no entanto, vai além do cenário musical: motoristas de ônibus, comerciantes e até escolas particulares enfrentam ameaças constantes.

Em 2024, as autoridades peruanas registraram mais de 18 mil denúncias de extorsão, um número quatro vezes maior que o de 2021. Especialistas, porém, alertam que o total real pode ser ainda mais alto, já que muitas vítimas, com medo de represálias, optam por não formalizar as denúncias.

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Nascida na Argentina mas radicada no Brasil há mais de 15 anos, Daniela achou na música sua linguagem universal. Formada em radialismo pela UNESP, virou pesquisadora criativa e firmou seu pé no jornalismo musical no portal Popload. Gateira, durante a semana procura a sua próxima banda favorita e aos finais de semana sempre acha um bom show para assistir.
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