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Virada Cultural 2013: Jorge Drexler encerra programação com show adocicado

Cantor uruguaio foi acompanhado em coro pelo público na maior parte das canções e executou faixas de Caetano Veloso e Arnaldo Antunes

Patrícia Colombo Publicado em 19/05/2013, às 22h15 - Atualizado às 22h26

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Jorge Drexler - Divulgação
Jorge Drexler - Divulgação

Se alguns palcos sofreram com caos nos horários, é possível dizer que o montado na Praça Júlio Prestes foi um dos mais pontuais durante a edição de 2013 da Virada Cultural, e o encerramento com Jorge Drexler, neste domingo, 19, seguiu o cronograma. Iniciando o show às 18h, o músico uruguaio recheou seu set list com hits românticos da carreira e aproveitou ainda a oportunidade para homenagear nomes música brasileira, como Caetano Veloso e Arnaldo Antunes.

A praça não estava lotada como nos anos anteriores nas apresentações de encerramento (culpa do Corinthians?), mas ainda assim tinha bastante gente. E Drexler, aliás, com 11 álbuns lançados, tem muitos fãs por aqui, o que pôde ser percebido na sucessão de faixas acompanhadas em coro pelo público dedicado. Entre elas, estiveram “Al otro Lado del Rio” (vencedora do Oscar de 2004 pelo longa-metragem Diários de Motocicleta), “Transporte”, “Polvo de Estrellas”, “La Trama y el Desencale” e “La Edad del Cielo”.

Falando bem português, o simpático cantor – acompanhado de banda que mistura elementos de sonoridade acústica e eletrônica – elogiou Caetano Veloso e comentou como “Dom de Iludir” o influenciou na hora de compor “Don de Fluir”, tocando as duas canções, uma na sequência da outra. Pouco tempo depois, foi a vez de Arnaldo Antunes e do Titãs serem lembrados em “Disneylândia”. “Essa canção só poderia ter sido escrita nesta cidade tão cosmopolita”, comentou.

Ainda tocou na noite “Sea”, “Todo se Transforma” e “Deseo”, cujas estrofes foram intercaladas com “Fora da Ordem”. A apresentação teve 1h20 e, aos gritos femininos dizendo “lindo”, “hermoso”, “te quiero”, o cantor se despediu do público.

Balanço da Virada Cultural 2013

A edição deste ano parece ter sido uma das mais violentas na história da Virada Cultural. Com arrastões, furtos e mortes ocorrendo em pontos diversos do centro de São Paulo, o evento deixou a desejar e a sensação de insegurança foi predominante nas 24 horas de programação.

A PM divulgou no final da tarde de domingo os primeiros e preocupantes números oficiais de ocorrências: foram quatro pessoas baleadas (uma delas morreu), seis esfaqueados, 12 furtos registrados e 28 indivíduos presos em flagrante. Houve ainda outra morte - um rapaz sofreu uma parada cardíaca em decorrência de uma overdose.

Uma entrevista coletiva de imprensa foi marcada para o final deste domingo, 19, com a participação do prefeito da cidade de São Paulo Fernando Haddad (PT). Apesar de defender a qualidade da programação, ele assumiu que os números de ocorrência no crítico horário das 2h às 5h foram preocupantes. “A percepção que eu tenho ao final do dia é que esse período da madrugada teve eventos para muito além do esperado”, lamentou, mesmo que o número de 3,4 mil policiais militares fosse um recorde para o evento.

Embora não houvesse muita tranquilidade para circular pelas ruas do centro e se deslocar de um palco a outro por conta de todos os incidentes que vinham sendo divulgados e que corriam no boca a boca, a Virada Cultural cumpriu novamente seu papel de oferecer ao público boas opções de shows de forma gratuita. Entre os destaques, estiveram a excelência hip-hop de Black Star, Racionais MC’s, Criolo e Emicida; o lendário funk de George Clinton; a poderosa junção feminina de Elza Soares e Gaby Amaranto; a homenagem a Chorão pelos ex-integrantes do Charlie Brown Jr.; a experiência de Gal Costa; a diversão de Luiz Caldas, Sidney Magal e Banda Uó; a brasilidade do Metá Metá; a sensualidade de Céu; o romantismo de Fagner e do uruguaio Jorge Drexler. Isso apenas para citar apenas alguns, já que o evento contou com mais de 900 atrações.

Pontos de alimentação com as já conhecidas opções de pastel e outros alimentos e bebidas foram dispostos nas imediações dos palcos e em locais estratégicos de grande circulação. Banheiros químicos não eram encontrados com tanta facilidade, então era comum ver algumas pessoas urinando nas ruas – cenas estas, aliás, que têm se tornado tradição a cada ano de Virada Cultural. Informações de quantidade de público e toneladas de lixo recolhidas ainda não foram divulgadas.