- Show do Megadeth em São Paulo (Foto: Ricardo Matsukawa)
Resenha

Na 16ª passagem no Brasil, Megadeth faz o arroz com feijão bem feito

Banda apresentou-se na última quinta-feira, 18, no Espaço Unimed, em São Paulo, com divulgação do álbum The Sick, the Dying... and the Dead!

Wallacy Ferrari (@wallacy) Publicado em 19/04/2024, às 13h04

Megadeth realizou a 16ª apresentação em terras tupiniquins na noite da última quinta-feira, 18, como parte da turnê sul-americana divulgando o álbum The Sick, the Dying... and the Dead!, lançado em 2022. Apesar da agenda numerosa no sul do continente, com 12 apresentações entre os dias 6 e 30 deste mês, apenas uma ocorreu no Brasil, situada no Espaço Unimed, em São Paulo. A Argentina, em âmbito comparativo, teve três shows, dois com ingressos esgotados — e um pocket show gratuito na frente do hotel onde a banda estava hospedada.

A recepção no Brasil foi menos acalorada, sem sequer lotar o espaço paulistano, mas ainda assim mobilizando uma multidão engajada em entoar, do começo ao fim, os hits do conjunto de thrash metal. Mesmo promovendo o mais recente álbum de inéditas, o setlist de 15 canções mais bis contou com sete delas sendo dos dois álbuns mais notórios da banda, contra apenas a própria “The Sick, the Dying... and the Dead!” do último lançamento, que abriu a apresentação.

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Com a preferência em tocar as mais conhecidas, reproduziram três sucessos de Rust in Peace (1990), sendo elas “Holy Wars”, “Hangar 18” e “Tornado of Souls”, e quatro do álbum Countdown to Extinction (1992), com “Skin o' My Teeth”, “Sweating Bullets”, “Symphony of Destruction” e a faixa-título do disco compondo a lista. As execuções foram quase ininterruptas, sem pausas para conversas com o público, além de iniciar a apresentação pontualmente às 21h30, demonstrando um vigor impressionante para uma banda completando quatro décadas em atividade.

Dave Mustaine, em especial, esbanjou fôlego aos 62 anos, batendo os cabelos constantemente durante os riffs distorcidos e desfilando de um lado ao outro do palco, fazendo questão de dar atenção a toda pista que o vangloriava nas pausas, gritando em coro “olê olê olê, Mustaine, Mustaine”. A falta do brasileiro Kiko Loureiro, afastado por tempo indeterminado do conjunto, passou completamente despercebida com a meticulosidade de Teemu Mäntysaari, substituto do ex-Angra. O finlandês também teve o nome gritado pela plateia, mostrando que a troca foi bem aceita pelos fãs locais.

Dave Mustaine no show do Megadeth em São Paulo (Foto: Ricardo Matsukawa)

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A quimérica apresentação dos integrantes, conduzida pelo vocalista, ocorreu apenas na última música, agradecendo o carinho com um “obrigado”, em português. O ponto negativo se deu após o encerramento do show, com a equipe técnica da banda demonstrando desinteresse nos fãs que se aglomeravam na barricada após a saída dos músicos; os integrantes jogaram munhequeiras, luvas e baquetas, mas deixaram para trás as setlists impressas e pedestais repletos de palhetas. Os roadies preferiram recolhê-las ao invés de lançá-las ao público — e demoraram 26 minutos para retirar o equipamento que sustenta os microfones, deixando fãs esperançosos durante o período e, após tal ação, completamente revoltados por esperarem.

No fim das contas, Megadeth fez um show conservador no que se refere ao legado da banda, agradando o público com os hits mais conhecidos e, principalmente, ilustrando profissionalismo em meio a um show de meio de semana e com ingressos caros.

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