CRÍTICA

Capitão América: Admirável Mundo Novo entrega thriller político morno

Novo filme do Universo Cinematográfico da Marvel, que dá sequência aos eventos da série Falcão e o Soldado Invernal, já está em cartaz nos cinemas

Camila Gomes (@camilagms)

Publicado em 13/02/2025, às 17h00
Capitão América: Admirável Mundo Novo entrega thriller político morno; leia a crítica - Divulgação/Marvel Studios
Capitão América: Admirável Mundo Novo entrega thriller político morno; leia a crítica - Divulgação/Marvel Studios

Capitão América: Admirável Mundo Novo, novidade do Universo Cinematográfico da Marvel, que já está em cartaz nos cinemas brasileiros, dá continuidade à jornada de Sam Wilson (Anthony Mackie, O Ódio que Você Semeia), que deixou a identidade do Falcão no passado para assumir o posto de Capitão América, sucedendo Steve Rogers (Chris Evans, Agente Oculto).

No entanto, junto com o escudo e novas asas em azul, vermelho e branco, assim como vemos em Falcão e o Soldado Invernal (2021), Sam agora carrega um pesado símbolo de esperança e inspiração para uma nação, que ainda sofre com as consequências do estalo de Thanos (Josh Brolin) e o misterioso surgimento de um Celestial petrificado no meio do Oceano Pacífico.

Para reanimar a população, Thaddeus Ross (Harrison Ford, da franquia Indiana Jones), eleito presidente dos Estados Unidos, tenta convencer Sam a trabalhar com o país, reunindo novamente os Vingadores.

No entanto, o que poderia ser uma nova aliança acaba abalada quando Isaiah Bradley (Carl Lumbly), o "Capitão América esquecido", tenta matar Ross, colocando o Capitão América em uma missão para provar a inocência do amigo, descobrir quem foi o verdadeiro responsável pelo atentado contra o presidente e evitar que a disputa pela Ilha Celestial e as suas provisões mergulhem o mundo em caos.

Anthony Mackie supera expectativas como Capitão América

Se na série do Disney+, Sam Wilson temia não ser digno de segurar o escudo do Capitão América, o sentimento já não é o mesmo no longa de Julius Onah (O Paradoxo Cloverfield): em Capitão América: Admirável Mundo Novo, o herói abraça o fardo, sustentando o legado e lidando com as expectativas, mesmo sem superpoderes, como o seu antecessor.

Anthony Mackie mostra, mais uma vez, que é a escolha perfeita para dar continuidade ao legado de Evans. Agora com uma bagagem diferente, Sam levanta uma importante discussão sobre ainda trabalhar com um governo que prendeu, torturou e matou soldados negros ao usá-los como cobaias para o Projeto: Supersoldado, especialmente por sua relação próxima com Isaiah Bradley, vítima do projeto, com quem tem um laço significativo.

Quando o marketing prejudica a história

A investigação internacional de Sam, a divertida parceria com o novo Falcão, Joaquin Torres (Danny Ramirez), o antagonismo de Ross e os conflitos políticos envolvem muito mais pelas performances dos atores do que pela trama, que passou pelas mãos do próprio Onah, além de outros quatro roteiristas — algo preocupante ao pensarmos que se trata de um filme de super-heróis com menos de duas horas de duração.

E, então, nós vemos o resultado: a primeira parte de Capitão América: Admirável Mundo Novo caminha para um ótimo thriller político, semelhante a grandes filmes de espionagem, mas a história perde sua magnitude ao tentar fazer conexões com outros filmes pouco memoráveis do Universo Cinematográfico da Marvel, arcos repetitivos e um CGI que torna toda a experiência falsa e artificial.

O roteiro pouco original somado com a péssima estratégia de marketing de promover o filme com base na revelação de que Ross se tornaria o Hulk Vermelho também arruina a principal reviravolta da história. A transformação acaba sendo genérica e tediosa, e o combate do monstro contra o Capitão América é raso e anticlimático. Era para ser o grande desfecho da produção? Bom, não funcionou.

Apesar da influência de Capitão América: O Soldado Invernal (2014) na história, dos bons momentos e da promessa de mudança no título, Capitão América: Admirável Mundo Novo tenta reviver um passado desinteressante, não dá destaque para seus pontos fortes atuais e oscila ao mirar em um futuro incerto.

Especial de cinema da Rolling Stone Brasil

Em novembro, a Rolling Stone Brasil lança um especial dedicado aos amantes da sétima arte. Um dos destaques da publicação é  uma entrevista exclusiva com Francis Ford Coppola sobre o seu novo lançamento, Megalópolis.

Inabalável diante das reações controversas à novidade, que demorou cerca de 40 anos para sair do papel, o cineasta defende a ousadia de ser criativo da indústria do cinema e abre, em bom português, a influência do Brasil em seu novo filme: “Alegria”.

O especial também traz conversas com Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello sobre Ainda Estou Aqui, que deve representar o Brasil no Oscar em 2025 e chega aos cinemas brasileiros em 7 de novembro.

Ainda convidamos um júri especializado, formado por jornalistas e críticos de cinema, para montar uma lista definitiva dos “100 Maiores Filmes de Todos os Tempos”, com 50 nacionais e 50 internacionais. E, para acompanhar a leitura, também listamos as 101 trilhas sonoras inesquecíveis da história do cinema.

O especial de cinema da Rolling Stone Brasil já está nas bancas de jornal, mas também pode ser comprado na loja da editora Perfil por R$ 29,90. Confira:

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