Os 7 filmes da franquia ‘Jurassic World’, do pior para o melhor, segundo Rolling Stone
Franquia iniciada por Steven Spielberg em 1993 ganha um novo capítulo nos cinemas — e Rolling Stone Brasil organiza todos em ordem de preferência
ANGELO CORDEIRO | @OANGELOCINEFILO
Publicado em 03/07/2025, às 18h15
Lançado em 1993, com direção de Steven Spielberg, Jurassic Park foi uma revolução. Seus efeitos visuais inovadores, a trilha sonora inesquecível do compositor John Williams e dinossauros mais realistas do que nunca mudaram o cinema para sempre deixando uma marca definitiva na cultura pop.
Ao contrário dos dinossauros, a franquia sobreviveu ao tempo, faturou bilhões ao redor do mundo e seguiu se reinventando, mesmo tropeçando em alguns capítulos pelo caminho. Para celebrar a chegada de Jurassic World: Recomeço nos cinemas, Rolling Stone Brasil preparou uma lista com todos os filmes da saga, do pior ao melhor, com sinceridade, memória afetiva e um toque de nostalgia jurássica. Tá liberado discordar! Confira a seguir:
7. Jurassic World: Reino Ameaçado (2018)
Jurassic World: O Reino Ameaçado (2018) tenta começar com o pé no acelerador, com dinossauros, humanos e lava correndo lado a lado numa fuga espetacular da Ilha Nublar prestes a explodir. A sequência é intensa, visualmente impactante — e de dar pena dos animais morrendo ali —, e promete um filme que vai levar a franquia a novos rumos. Mas, logo depois, a trama se arrasta para uma mansão gótica (!), onde dinossauros são leiloados como obras de arte e a grande ameaça genética mais parece um vilão de videogame mal programado. A tentativa do diretor J.A. Bayona em homenagear O Mundo Perdido - Jurassic Park (1997) se perde em decisões apressadas, sustos previsíveis e personagens que parecem estar ali por contrato — incluindo os dinos.
O mais frustrante é que, mesmo sendo um dos filmes mais lucrativos da franquia, O Reino Ameaçado é lembrado mais pela decepção do que pelos méritos. Tudo soa raso, sem alma, sem heróis marcantes. A tal revelação segurada até o final chega sem impacto, como se ninguém mais estivesse interessado. E pior: ela planta uma ideia para o próximo capítulo que já nasce cansada. Jurassic World (2015) reacendeu a esperança com seu equilíbrio entre nostalgia e inovação, mas O Reino Ameaçado joga todo esse carinho fora.
6. Jurassic World: Domínio (2022)
Jurassic World: Domínio (2022) chega como aquele último episódio da série que você acompanhou com carinho, mesmo sabendo que a melhor temporada já ficou lá atrás. A promessa era ambiciosa: dinossauros soltos pelo planeta, humanidade tentando coexistir com criaturas pré‑históricas e o retorno triunfal do trio clássico: Alan Grant (Sam Neill, O Piano), Ellie Sattler (Laura Dern, História de um Casamento) e Ian Malcolm (Jeff Goldblum, A Mosca). Do outro lado, temos Claire Dearing (Bryce Dallas Howard, Histórias Cruzadas) e Owen Grady (Chris Pratt, Guardiões da Galáxia) tentando se mostrar relevantes diante do trio das antigas, enquanto a Biosyn decide brincar de deus com gafanhotos gigantes (pois é). O resultado? Um filme que joga seguro, empilhando fan service e ação competente, mas que às vezes parece desafiar a lógica básica só para entregar a nostalgia prometida.
Ainda assim, Domínio é bem mais assistível que o desastroso Reino Ameaçado: há ritmo, set pieces divertidas e o prazer de ver dinossauros correndo pelos telhados de Malta, mesmo que tudo soe como um "Star Wars: A Ascensão Skywalker jurássico", tentando agradar a todos sem alcançar o brilho do original. No fim, encerra a trilogia com dignidade burocrática: não ofende, mas também não marca. Fica a sensação de que, assim como os cientistas da Biosyn, os roteiristas mexeram demais no DNA da saga e esqueceram de injetar um pouco de coração.
5. Jurassic Park 3 (2001)
Jurassic Park 3 (2001) costuma ser lembrado como o caçula da trilogia original: menor, mais direto, e muitas vezes subestimado. Com apenas 1h32 de duração, é o filme mais curto de toda a franquia até então, mas não se engane: o tempo enxuto é bem aproveitado. O retorno de Alan Grant (Sam Neill, O Piano) é um presente para os fãs, e mesmo que ele caia na cilada de um casal que mente para levá-lo de volta à Ilha Sorna, o filme não perde tempo com rodeios. Logo estamos em mais uma missão de resgate jurássica, com dinossauros à solta e um novo predador fazendo barulho. O Espinossauro chega arrebentando tudo e derruba até o T-Rex em uma cena que chocou a plateia em 2001. Mas o momento realmente memorável vem depois: a sequência na gaiola dos pterodáctilos, envolta em neblina, sendo uma das mais tensas e bem construídas da franquia.
Mesmo sem a grandiosidade do primeiro ou as ambições do segundo, Jurassic Park 3 tem ritmo, ação e um senso de aventura que funciona muito bem. A direção de Joe Johnston (Capitão América: O Primeiro Vingador) aposta na simplicidade: é um filme de sobrevivência sem firulas, com bons efeitos práticos, ambientação densa e dinossauros que continuam assustadores. Claro, há suas esquisitices, como o celular tocando dentro do dinossauro, e a aparição do garoto sobrevivente por semanas na ilha é bem otimista, mas nada disso compromete o todo. No fim das contas, Jurassic Park 3 encerra a trilogia original com competência e emoção, entregando o básico bem feito: correr, gritar e tentar não virar comida de dino.
4. Jurassic World: Recomeço (2025)
Jurassic World: Recomeço (2024) é, como o próprio título sugere, uma tentativa consciente de retomar o fôlego da franquia — precisava? Talvez não, mas agora o filme já está aí. Sob a direção de Gareth Edwards, o cineasta por trás de Rogue One: Uma História Star Wars (2016), o filme propõe menos pirotecnia vazia e mais espírito de aventura. A trama, centrada na agente Zora Bennett (Scarlett Johansson,Viúva Negra) em uma missão para recuperar material genético de três dos maiores dinossauros do planeta, ganha contornos ainda mais clássicos quando ela e sua equipe cruzam o caminho de uma família de civis à deriva. Quer algo mais Steven Spielberg do que uma família comum tentando sobreviver em meio ao impossível?
Há no filme uma honestidade que faltava nos capítulos anteriores. O roteiro, assinado por David Koepp (o mesmo do Jurassic Park original), é mais enxuto, quase simplista, o que aqui funciona a favor. A missão é clara, o perigo é constante e os dinossauros voltam a ser criaturas ameaçadoras e fascinantes, não apenas coadjuvantes digitais em cena de ação. Há rimas visuais e emocionais com o filme de 1993. É como se Edwards entendesse que o verdadeiro “recomeço” está em recuperar aquele instinto primitivo de maravilhamento e medo que Jurassic Park despertava. O longa ainda não resolve a eterna crise de identidade da franquia, mas oferece um entretenimento funcional e, em muitos momentos, carinhosamente nostálgico. Se é o renascimento que os dinossauros merecem, só o tempo vai dizer. Mas o passo em direção ao passado, curiosamente, parece o mais promissor em anos.
3. O Mundo Perdido - Jurassic Park (1997)
O Mundo Perdido: Jurassic Park (1997) é o capítulo mais sombrio e brutal da trilogia original. Steven Spielberg retorna à direção, mas troca o deslumbre do primeiro filme por uma vibe mais intensa e selvagem, quase um thriller de sobrevivência. Desta vez, a ação sai da Ilha Nublar e vai para a Ilha Sorna, onde os dinossauros vivem soltos após o colapso do parque original. Ian Malcolm (Jeff Goldblum, A Mosca) assume o protagonismo com seu sarcasmo intacto, embarcando numa missão de resgate que mistura interesses científicos e ganância corporativa — nenhuma novidade, não é mesmo?. Ao lado de Sarah Harding (Julianne Moore, O Quarto ao Lado) e da filha Kelly (Vanessa Lee Chester, A Pequena Espiã), ele enfrenta caçadores, criaturas gigantes e decisões humanas péssimas.
O filme rende uma das melhores sequências de tensão de toda a franquia: o ataque do T-Rex ao trailer, pendurado precariamente sobre um penhasco, é Spielberg em modo mestre do suspense. É de roer as unhas. Mas depois disso, O Mundo Perdido ensaia uma virada que promete ser grandiosa: “e se os dinossauros viessem para a cidade?”, e aí o T-Rex solto em San Diego vira mais piada do que clímax. É divertido? Um pouco. Funciona? Nem tanto. A ideia tinha potencial para ser épica, mas o roteiro não leva isso tão longe quanto poderia, o que torna o final meio frustrante. Ainda assim, visualmente, o filme continua impressionante, tem boas ideias e expande o universo da franquia de forma corajosa. É um daqueles casos em que o meio empolga mais do que o fim; mas quando Spielberg acerta, a gente ainda sente o chão tremer.
2. Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros (2015)
Jurassic World (2015) chegou com a difícil missão de reviver uma franquia que parecia fossilizada e, surpreendentemente, conseguiu. Com direção de Colin Trevorrow, o filme aposta na metalinguagem: agora o parque finalmente abriu e virou uma espécie de Disney dos dinossauros, com filas, lojinha de souvenir e até patrocinadores para cada atração (sim, o dinossauro tem naming rights). Claire Dearing (Bryce Dallas Howard, Histórias Cruzadas) comanda a operação como uma executiva focada nos lucros, enquanto Owen Grady (Chris Pratt, Guardiões da Galáxia), ex-militar e treinador de velociraptores (e por que não?), tenta manter alguma ordem no meio do caos genético. Tudo vai bem até que a Indominus Rex, um híbrido criado em laboratório para ser ainda mais legal que o tiranossauro rex, escapa. E aí, meu amigo, o parque vira um buffet de pânico.
Apesar do exagero genético, Jurassic World acerta ao combinar nostalgia com novidade. Há fan service na medida — como o velho centro de visitantes coberto de folhas —, mas também espaço para sequências empolgantes e novos dinossauros impressionantes. A ideia de raptores “treinados” soa absurda no papel, mas funciona na tela com a dinâmica entre Owen e os bichos. O filme também tem consciência do seu tempo: é uma crítica disfarçada ao apetite insaciável do público por “mais e maior”. E se a trama às vezes escorrega no absurdo (corrida de salto alto?), o ritmo ágil e o senso de espetáculo seguram a onda. No fim das contas, Jurassic World não só reinventa a franquia para uma nova geração, como prova que o parque ainda tem muita vida pela frente.
1. Jurassic Park - O Parque dos Dinossauros (1993)
Jurassic Park (1993) não é só um filme, é um marco que redefiniu o cinema de aventura e nos fez sonhar com a possibilidade (e o terror) de ver dinossauros vivos novamente. Sob a genial direção de Steven Spielberg, — que teve de fazê-lo antes de outro clássico dos anos 90 — a história é simples, mas poderosa: um parque temático de dinossauros geneticamente recriados vira um caos absoluto quando a natureza, imprevisível e indomável, escapa do controle humano. Os personagens Alan Grant (Sam Neill, O Piano), Ellie Sattler (Laura Dern, História de um Casamento), o matemático Ian Malcolm (Jeff Goldblum, A Mosca) e o idealizador do projeto e bilionário John Hammond (Richard Attenborough, Gandhi) carregam o filme com combinando curiosidade, ceticismo e aquele senso de maravilhamento que todos sentimos diante do desconhecido.
O filme é uma montanha-russa emocional, misturando cenas de tirar o fôlego com momentos de silêncio tenso que fazem o coração disparar. Quem nunca prendeu a respiração na perseguição do T-Rex na chuva, ou se encantou com o primeiro encontro com os braquiossauros sob o céu aberto? Spielberg não só criou dinossauros, ele devolveu a sensação de maravilha e medo que esses seres pré-históricos despertam em nós há milênios. Além dos efeitos revolucionários para a época, a trilha sonora icônica de John Williams embala cada cena com uma energia quase mágica. Jurassic Park é, sem dúvida, a obra que colocou a franquia no mapa e continua sendo uma experiência emocionante para qualquer fã de aventura e fantasia, um clássico que resiste ao tempo e faz o impossível parecer real.
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