Sintonia 'é sobre escolhas, consequências, momentos, família e amizade', diz Bruna Mascarenhas
Bruna Mascarenhas interpretou Rita nas cinco temporadas de Sintonia, uma das primeiras grandes produções brasileiras da Netflix
Felipe Grutter (@felipegrutter)
Publicado em 06/02/2025, às 11h15
Conhecida por interpretar Rita nas cinco temporadas de Sintonia, que acabou na última quarta, 5, Bruna Mascarenhas comandou a narrativa da série, descrita por ela como "realização tremenda," ao lado de Christian Malheiros (Nando) e Jottapê (Doni).
Em entrevista à Rolling Stone Brasil, a atriz niteroiense celebrou todo o sucesso do seriado desde 2019, quando saiu a primeira temporada, falou sobre a evolução dela enquanto atriz, a representatividade que a produção traz para as periferias e comentou os próximos passos da carreira. Leia abaixo:
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O que Sintonia representa para você?
Afeto, amizade, amadurecimento, família, profissionalismo, trabalho e uma sensação de realização tremenda.
O que você aprendeu com este trabalho?
Aprendi a ser profissional no meu ofício, a ser ainda mais disciplinada e gostar disso, me permitir e me surpreender a cada cena, a escutar mais o outro, a construir camadas e mais camadas para uma personagem, aprendi como funciona um set. Aprendi também que um personagem bem construído é um personagem humanizado, que tem seus erros, acertos, qualidades e defeitos; e que tudo isso é um grande reflexo da vida real e que a gente precisa ter esse olhar para as nossas vidas cotidianas, também. Aprendi a ter mais empatia e entendi ainda mais a importância das pessoas se verem representadas nas telas, o quanto de impacto isso gera.
Como foi interpretar Rita nesses seis anos?
Um grande presente desafiador e instigante. Primeira temporada teve o sotaque, o pouco tempo para pegar tudo, a minha entrada no audiovisual; na segunda teve meu estudo sobre a igreja evangélica, com direito a devocional e leitura de bíblia, acho que a cada temporada foi se somando um novo desafio. Fora o desafio comigo mesma, para melhorar a cada temporada, buscar ainda mais profundidade e estofo. Ela teve muitos arcos diferentes, é bonito ver ela desabrochando e encontrando seu caminho. Nessa última eu me surpreendi positivamente com as escolhas que ela fez e sustentou. A gente cria esse elo com nosso personagem, que é uma coisa de doido. Eu vou sentir saudade, sei que ela marcou minha história. Sinto-me orgulhosa do nosso caminho até aqui e preparada para que novos personagens entrem na minha vida e me impactem assim como ela.
Como você enxerga a importância de Sintonia para retratar as vidas e culturas das periferias brasileiras? Você acha que a série dialoga mais com SP ou ela abrange para os quatro cantos do Brasil?
É muito importante se ver na tela, se ver representado, se identificar com as histórias, o universo, o dia a dia. Os personagens servem inclusive de inspiração por conta das conquistas ao longo da caminhada, já que eles têm o mesmo ponto de partida do nosso público. Nosso país é multifacetado, precisamos falar sobre os muitos recortes que temos. Só nos mostra como o investimento no cinema nacional, no audiovisual brasileiro impacta a cultura, a construção e autoestima de uma sociedade. A gente precisa poder contar nossas histórias e ter orgulho de mostrar mundo afora.
E sim, a série retrata SP e o público daqui é muito forte. Mas Sintonia vai muito além de ‘onde se passa’, mas sim a ‘mensagem’ que passa. É sobre as escolhas que a gente faz e suas consequências, é sobre momentos, família e amizade. É sobre o dia a dia de muito trabalhador e trabalhadora por aí, é sobre os desafios e alegrias cotidianas.
O que você diria para Rita se a encontrar hoje?
Se orgulhe de você, mulher! Quando tiver perdida, fecha o olho, revisite toda sua caminhada até aqui, suas escolhas e conquistas. Nunca se esqueça dos perrengues, também, eles construíram a mulher que você é hoje e eu sei que você já sabe disso. Viva o agora e seja feliz!! Eu me orgulho de você. Obrigada por tudo! Você é inspiração!
Agora, com o fim da série, o que você pode nos contar dos seus próximos passos na carreira? Já tem algo definido?
Estou em negociação em um projeto de audiovisual, ainda para esse primeiro semestre [de 2025]. Em paralelo vou participar de dois festivais de teatro em março, com a peça "Um clássico: Matou a família e foi ao cinema” - festival farofa que é um braço do MIT e o Fringe que também é um braço do Festival de Curitiba. Além de estrear essa mesma peça aqui em São Paulo em abril. Fora a dublagem, que estou fazendo e esperando os trabalhos saírem. E meu projeto social de dar aulas para adolescentes de TV e cinema nas comunidades; estou em um momento de captação e escrevendo em outros editais para fazer acontecer.
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