A maior mentira contada sobre o Rage Against the Machine, segundo Tom Morello
Guitarrista aproveitou mensagem enviada por internauta para “dissipar” fake news que inundam comentários de suas publicações online
Igor Miranda (@igormirandasite)
Publicado em 17/02/2025, às 10h40
Fundado em 1991, o Rage Against the Machine logo se estabeleceu como uma das bandas mais controversas da história do rock. Suas letras contam com forte carga política, reforçada a partir de posicionamentos diversos ao longo dos anos.
Curiosamente, porém, uma parte do público parece não ter compreendido a mensagem de forma devida. Nos últimos anos, em especial, surgiram distorções e até mesmo informações falsas a respeito do grupo.
Na volta das turnês pós-pandemia, por exemplo, circulou a informação de que a banda estaria exigindo comprovação de vacina contra covid-19 para aceitar a entrada do público nos shows de sua curta sequência de reunião. Tal boato foi desmentido pelo guitarrista Tom Morello, mas ainda é disseminado nas redes.
Além disso, gerou confusão quando, em 2024, o grupo disponibilizou o álbum ao vivo Live at 2000 Democratic National Convention. Como o título indica, o trabalho foi gravado durante show na Convenção Nacional dos Democratas, mais de duas décadas atrás. Os músicos foram acusados erroneamente de apoiarem Joe Biden e posteriormente Kamala Harris, representantes do partido citado, na última eleição — todavia, fora o fato de o disco ser antigo, eles tocaram do lado de fora do evento em protesto, não endosso, aos democratas daquele período.

Diante de tudo isso, Morello se manifestou novamente. O guitarrista aproveitou uma mensagem de um fã no X/Twitter para negar a maior mentira sobre a banda: eles jamais apoiaram qualquer político, independentemente do partido.
A mensagem de internauta que despertou o comentário de Tom dizia:
“Tom. Gostaria de agradecer pessoalmente por me tornar ‘redpill’ com seu primeiro álbum. Na época, aquilo se aplicava aos republicanos. Agora, se aplica aos democratas. Vamos descentralizar a estrutura de poder.”
Em longa resposta, o guitarrista afirmou:
“De nada. Mas um lembrete: o primeiro disco do RATM foi lançado durante o governo Clinton [democrata]. Como agora, essa obra criticava uma estrutura de poder capitalista/supremacista branca que estava e ainda está em pleno vigor. Atualmente mais do que nunca. Ouça com mais atenção. Ouça de verdade, ficará bem claro.
Dissipação preventiva de desinformação cansativa que provavelmente inundará os comentários: embora o RATM seja duramente crítico de ambos os partidos ruins (crimes de guerra de e subserviência a Wall Street de Clinton/Obama/Biden, e crimes de guerra, subserviência a bilionários e Wall Street e idiotice geral de Bush/Trump), ninguém da banda jamais apoiou publicamente um candidato democrata ou republicano. NUNCA. Além disso, nenhum show do RATM JAMAIS exigiu prova de vacina ou máscara para comparecer. Em qualquer lugar que você ouviu qualquer uma dessas coisas, ou qualquer um que tenha ecoado essas coisas, provavelmente está mentindo para você sobre um monte de outras coisas a serviço de uma agenda racista/fascista.”
You’re welcome. But as a reminder the first RATM record came out during the Clinton administration. Then, as now, that music critiqued a capitalist/white supremacist power structure that was and is still in full effect. Currently more so than ever. Listen more closely. Like… https://t.co/YePQX2W4lQ
— Tom Morello (@tmorello) February 11, 2025
Rage Against the Machine atualmente
Após os 19 shows de reunião realizados em 2022 na América do Norte, o Rage Against the Machine hibernou novamente. A turnê deveria ter contado com mais apresentações na Europa, mas o vocalista Zack de la Rocha sofreu uma lesão no pé logo nos primeiros compromissos.
Em entrevistas recentes, os músicos evitam falar sobre o status atual do grupo, completo por Tim Commerford (baixo) e Brad Wilk (bateria). Não se sabe se as atividades serão retomadas, nem se um fim definitivo já foi estabelecido internamente.
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