SURPRESA POSITIVA

O artista do Rock in Rio que fez Medina ser detonado, mas entregou grande show

“Falei para minha mulher: ‘poxa, as pessoas estão me odiando’”, comentou o empresário ao relembrar reações iniciais negativas a uma atração específica

Igor Miranda (@igormirandasite)

Publicado em 10/02/2025, às 11h49
Roberto Medina, criador do Rock in Rio, em 2024 - Foto: Wagner Meier / Getty Images
Roberto Medina, criador do Rock in Rio, em 2024 - Foto: Wagner Meier / Getty Images

Nem sempre a organização do Rock in Rio consegue agradar a todos com suas escolhas de atrações. Roberto Medina, criador do evento, revelou uma situação em especial onde a escalação de um artista rendeu críticas iniciais, mas acabou recompensada devido à qualidade do show oferecido.

Em entrevista a Braulio Lorentz para o g1, Medina declarou que trouxe o rapper Travis Scott para a edição 2024 do evento como uma “escolha pessoal”. Todavia, o empresário acabou surpreendido com a repercussão negativa nas redes sociais em relação ao anúncio.

O assunto foi abordado após comentários de Roberto sobre outro tipo de crítica ao Rock in Rio: a repetição de atrações. O criador do evento diz que esta é uma questão que cabe como um todo à indústria musical: é necessário “criar bandas que possam preencher essa vontade da renovação”, pois, em suas palavras, “dificilmente um evento consegue renovar o lineup”.

“Em 1985, quando o Rock in Rio começou, era muito fácil. Ninguém tinha vindo ao Brasil e assim foi durante um tempo… Hoje, você tem uma demanda muito grande em cima das mesmas bandas. Não sei qual o problema para haver menos renovação hoje. Mas tudo bem, como já disse, você sempre vai ter uma parte das pessoas que te criticam e eu não me acostumei totalmente com isso.”

Em seguida, Medina falou a respeito de Travis Scott. O empresário declarou ter feito uma aposta pessoal no rapper americano, mesmo ciente de que era “muito diferente” para o perfil do evento. Como resultado, críticas surgiram logo quando o artista de trap foi anunciado — algo que se diluiu com o tempo, pois o astro foi atração principal de um dos dias com ingressos esgotados mais rapidamente na edição 2024 do evento.

“O Travis Scott foi uma escolha pessoal minha, porque eu estava curioso para ver, mas era muito diferente para o Rock in Rio. Aí eu entrei no Twitter e estava lá: Roberto Medina nos trending topics. Fiquei todo orgulhoso. Falei: ‘Pô, que legal’. Mas aí eu fui ver e: ‘Caraca, todo mundo falando mal de mim! Meu Deus!’ Desliguei o negócio rápido, não queria ver mais nada. Falei para minha mulher: ‘Poxa, as pessoas estão me odiando’. Mas aí lotou e foi demais.”
Travis Scott - Foto: Samir Hussein / Getty Images for Live Nation
Travis Scott - Foto: Samir Hussein / Getty Images for Live Nation

Rock in Rio e o trap

Diante da situação, Roberto Medina foi convidado a refletir sobre o acerto que representou a chegada do trap ao Rock in Rio. A inclusão do estilo musical ofereceu ao evento uma renovação de lineup e proposta. Ele comenta:

“E se fossem dois dias [dedicados ao trap], teria lotado os dois. Mas não fiz esse dia por isso. Existem também escolhas como a do Neil Young, que não faz sentido para vender ingresso, mas é um nome importante da história do rock. Isso também aconteceu com o Who, que tivemos a oportunidade de trazer. Era uma banda cara e eu sabia que, sinceramente, não fazia sentido… Mas meu pensamento não é extrativista, mesmo o Rock in Rio sendo um negócio.”

A próxima edição do Rock in Rio será realizada em 2026. Antes disso, a empresa responsável pelo festival promove em São Paulo a segunda edição do The Town. O evento acontece no Autódromo de Interlagos, no próximo mês de setembro, e já tem Katy Perry, Green Day, Bruce Dickinson, entre outros, como atrações confirmadas.

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