Ator revelou que odeia realizar esse tipo de gravação e expressou seus motivos para ter esse posicionamento
Publicado em 24/02/2024, às 13h00
Cenas de sexo em filmes e séries de TV se tornaram cada vez mais comuns nos últimos anos. E não são unanimidade: há quem as critique, especialmente quando são utilizadas para chamar atenção e não combinam tanto com a trama. É o caso de Henry Cavill.
O ator, notório por ter interpretado o Superman em longas da DC na última década e Geralt de Rívia no seriado The Witcher, revelou que ficou “desconfortável” com muitas cenas íntimas feitas ao longo da carreira. A declaração foi dada em entrevista ao podcast Happy Sad Confused (via NME).
Durante a entrevista, Cavill deixou claro que odeia esse tipo de gravação. Em sua opinião, tais passagens são “excessivamente usadas” pelas produções atuais. Inicialmente, comentou:
“Eu não entendo essas cenas. Não sou fã. Acho que há circunstâncias em que uma cena de sexo é realmente benéfica para um filme, e não apenas para o público.”
Em seguida, o astro refletiu sobre o exagero desse recurso em filmes e séries contemporâneas:
“Acho que às vezes elas são usadas em demasia hoje em dia. É quando você tem a noção de para onde está indo: ‘isso é realmente necessário ou são apenas pessoas com menos roupas?’. E é aí que você começa a ficar mais desconfortável e pensa: ‘não há uma performance aqui, não há algo que vá durar para o resto do filme’.”
Apesar da crítica, Henry Cavill reforçou que cenas de sexo podem ser importantes. O comentário é feito sobre os trechos que realmente não acrescentam à trama.
“Acho que as cenas de sexo podem ser ótimas em um filme, elas podem realmente ajudar na narrativa, mas na maioria das vezes a imaginação humana vai além disso. Então, pode ser meio que uma desculpa se um filme ou série de TV estiver cheio de corpos girando e você pensar: tudo bem, mas o que isso está fazendo por nós além da ideia de ‘oh pessoa nua, ótimo’? Não sou fã de fazer essas cenas.”
Outro grande nome da atuação a se manifestar sobre assunto similar é Julia Roberts. A atriz não falou especificamente sobre cenas de sexo, mas, sim, a respeito de aparecer nua diante das câmeras. Mesmo tendo feito papéis que estavam ligados de alguma forma com relações íntimas, como a prostituta Vivian Ward em Uma Linda Mulher (1990), a artista americana não tira a roupa em filmes.
Roberts refletiu sobre o tema em entrevista à Vogue britânica. O entrevistador — ninguém menos que Richard Curtis, o roteirista do filme Um Lugar Chamado Nothing Hill (1999) — exaltou o posicionamento feminista da atriz ao longo da carreira e perguntou se ela já sentiu estar representando alguma ideia ou causa nos filmes em que trabalha. Ela respondeu:
“Acho que seria mais importante que as coisas que escolho não fazer sejam representativas de mim. [...] Não critico as escolhas dos outros, mas não tirar a roupa no cinema ou ser vulnerável fisicamente é uma escolha que acho que faço por mim mesma. Mas, na verdade, estou escolhendo não fazer algo em vez de escolher fazer algo.”
Ainda durante a entrevista, Julia foi convidada a opinar se considera mais fácil ou mais difícil o trabalho de atuação para os jovens de hoje em dia. Com 56 anos de idade atualmente, ela entende que se trata de um cenário “diferente”. De início, respondeu:
“Ah, é completamente diferente da minha época. Quer dizer, é aí que eu realmente me sinto como um dinossauro, quando você apenas olha para a estrutura do negócio. É completamente diferente.”
Em seguida, Curtis reforçou a pergunta: está mais fácil ou mais difícil? Melhor ou pior? Então, ela comentou:
“Não sei se está melhor, porque não é a minha experiência, mas parece muito diferente. E de certa forma, parece tão confuso. Existem tantos elementos para ser famoso agora que parece exaustivo. E mais uma vez, esta é apenas a minha percepção, porque realmente não sei — não sou uma jovem começando no show business no século 21 —, mas sinto que antes era assim: você conhece pessoas, tenta conseguir trabalhos, consegue um, tenta fazer um bom serviço e, a partir desse trabalho, pode conhecer algumas pessoas novas que podem sugerir você para outras pessoas. E então você pode conseguir outro trabalho e você pode receber um pouco mais por esse trabalho, e pode ser um trabalho um pouco melhor. Isso meio que fazia sentido estrutural. Agora, porém, parece mais caótico. Há mais elementos, há mais ruído, há mais saídas, há mais coisas.”