Em entrevista à Rolling Stone EUA, o ator mostra sua preocupação com o futuro dos Estados Unidos
Dude (apelido do protagonista do filme O Grande Lebowski, interpretado por Jeff Bridges) foi visto nas ruas de Charlotte, na Carolina do Norte (Estados Unidos), na última segunda, 3, enquanto milhares de ativistas políticos, deputados, jornalistas e outros se reuniam para a Convenção Democrática Nacional. O vencedor do Oscar Jeff Bridges estava na cidade para promover a campanha No Kid Hungry, assim como na semana passada, na Convenção Republicana em Tampa, procurando apoio bipartidário para medidas que acabem com a fome infantil nos Estados Unidos.
Jeff Bridges vence a disputa e leva o Oscar na categoria de Melhor Ator
Sentado com a Rolling Stone EUA quarteirões de distância da Time Warner Cable Arena, onde ocorreu a convenção, Bridges lembrava Dude, personagem do filme O Grande Lebowski, de 1998, com cabelos longos e loiros penteados para trás e cavanhaque grisalho. Ele passou o dia se encontrando com governadores Democratas e a mídia, mas também espremeu um par de shows com sua banda Abiders, exibindo canções do disco Jeff Bridges, lançado no ano passado, e do filme Coração Louco, com o qual ganhou o Oscar em 2010.
Você tem sido mais bem sucedido sendo bipartidário?
Sim, essa é a boa notícia. A má é que nós temos milhões de crianças levantando todas as manhãs sem saber se terão comida suficiente: cerca 16 milhões, é quase uma em cinco. Eu tenho lidado com o problema da fome há 30 anos. Esta campanha, No Kid Hungry, está de fato tomando um rumo diferente. Tudo se resume em criar parcerias entre o público e o privado, soluções locais para problemas locais e unir os governadores com todos os caras poderosos dos seus estados para tornar o fim da fome infantil uma prioridade. Eles têm comida, têm programas de alimentação, mas o acesso para as crianças necessitadas não está disponível por um número de razões. Isso é tão predominante no nosso país, e o nosso futuro depende das nossas crianças, cara. Eu acho que ambos os partidos reconhecem isso.
Como uma figura pública, você deve estar em contato com várias causas. Como esta ganhou a sua atenção?
Eu me envolvi com a dissolução da fome e me entristeci com a realidade dela – o quão grande era o problema e como a questão não era a falta de comida ou de não saber como acabar com isso, mas, sim, de criar uma vontade política. Não apenas para limpar a consciência e dizer “eu fiz a minha parte”. É se engajar nisso de maneira profunda. A ideia é olhar para si e ver como surge de forma natural em você. Então, nós temos cozinheiros, professores, pessoas de todos os setores trabalhando nisso.
Você já havia se engajado em campanhas políticas?
Na realidade, não. Eu me concentro mais nas questões. Aquela coisa de vilanizar o outro lado, Deus, é tão cansativo. Isso que é tão bom sobre esta questão – é algo que ambos os lados concordam. Talvez você possa começar a sentir algo diferente se conseguir fazer isso acontecer.
Clint Eastwood, que estrela com você o filme Thunderbold and Lightfoot (de 1974), causou polêmica na Convenção Republicana (o ator teve uma conversa com uma cadeira vazia que representava o presidente norte-americano Barak Obama, dizendo que ele não cumpria as promessas e que o candidato republicano Mitt Rommey deveria ser eleito) semana passada. Você viu?
Ouvi dizer que ele fez uma cena e tanto, cara. Thunderbolt! Eu vou procurar no Google e assistir. Disseram que Bill Maher (comediante, apresentador e colunista político) gostou. Ele simplesmente foi nessa. Entusiasmo, cara.
Você está parecendo um pouco com o Dude. É para algum papel?
Estou fazendo dois filmes e ainda preciso filmar mais algumas cenas para eles. Então, preciso manter esse visual.
Visual para quais filmes?
Um deles se chama Seventh Son, no qual eu faço um caçador de bruxas da Idade Média. E o outro é R.I.P.D. – The Rest In Peace Department, em que sou um xerife morto que se une ao Ryan Reynolds, um policial morto, e procuramos por outros mortos que fingem estar vivos. Realmente bizarro. Este é cheio de efeitos.