A banda do Lolla Brasil que pode ser processada por show decepcionante

Que atire a primeira pedra quem nunca assistiu a um show decepcionante. Porém, tudo indica que o Tool levou isso a um novo patamar, visto que fãs devotos da banda americana consideram mover uma ação conjunta contra os organizadores da apresentação — que podem ter os próprios músicos como participantes, já que ocorreu em um festival próprio.

Não que o grupo, notório por suas composições intrincadas e habilidade instrumental, tenha tocado mal. O problema é que, de acordo com essa parcela revoltada do público, houve propaganda enganosa.

O quarteto formado por Maynard James Keenan (voz), Adam Jones (guitarra), Justin Chancellor (baixo) e Danny Carey (bateria) realizou, no último fim de semana, a primeira edição de seu próprio festival: Tool in the Sand, em local paradisíaco na República Dominicana. Outras bandas se apresentaram, mas, claro, ninguém gerou tanta expectativa como os donos da festa — que, curiosamente, realizam no próximo dia 30 o primeiro show de sua história no Brasil, como parte do Lollapalooza, em São Paulo.

A ocasião parecia mesmo ser especial: a banda confirmou dois shows no evento de três dias e prometeu oferecer um repertório totalmente diferente em cada uma das datas. Um presente e tanto para fãs que se dispuseram a pagar valores que giravam em torno de US$ 6 mil (cerca de R$ 35 mil) em pacotes para uma a quatro pessoas.

Todavia, foi este o grande pecado. O par de apresentações realmente aconteceu, mas o setlist da segunda noite não teve tantas mexidas em relação à primeira.

Conforme apontado pelo Setlist.fm (via site Igor Miranda), o Tool tocou dez músicas na primeira performance, de sexta-feira, 7. Já no dia seguinte, foram apenas nove — e quatro delas já haviam aparecido no repertório anterior. A saber: “Fear Inoculum”, “Jambi”, “Pneuma” e “Rosetta Stoned”.

Um vídeo que circulou nas redes sociais mostra alguns fãs vaiando e até mesmo mostrando o dedo do meio para a banda em plena apresentação. Posteriormente, um advogado e admirador chamado Stas Rusek relatou à Metal Hammer que procura outras pessoas para mover uma ação coletiva por meio de sua empresa, Stasio French Rusek, LLC. Ele, que garante não cobrar nada para cuidar do processo, afirma:

“O possível processo contra os promotores do Tool in the Sand é considerado. Esses foram meus 27º e 28º shows do Tool. Havia uma sensação de traição no ar quando o show começou na segunda noite, o que permaneceu. Compradores dos pacotes do festival receberam a promessa de ‘dois sets únicos’ do Tool. Podemos discutir o que é ‘único’, mas a oportunidade de ver o Tool tocar dois sets exclusivos — ou seja, sem repetições — foi determinante para a maioria dos participantes gastarem milhares de dólares para comparecer.”

Rusek aponta que esse tipo de exigência não ocorre em shows convencionais de turnê. Em suas palavras, os fãs sabem que as músicas da banda são complexas, então, compreendem quando a banda não promove alterações em repertórios. Porém, o caso do festival era diferente, visto que houve essa promessa por parte do quarteto.

Até o momento, banda e promotores do evento não se manifestaram. Em seus próximos compromissos, o grupo passará por México, Argentina (Lollapalooza), Chile (Lollapalooza) e Colômbia (Estereo Picnic). A apresentação no Brasil é a última na agenda atual.

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