CASO DIDDY

Julgamento de Diddy por tráfico sexual tem adiamento de última hora

Juiz adia fase final da seleção do júri após defesa temer desistências no fim de semana; rapper pode pegar prisão perpétua

Daniela Swidrak (@newtango)

Publicado em 10/05/2025, às 17h35
MEGA/GC Images - Sean "Diddy" Combs
MEGA/GC Images - Sean "Diddy" Combs

A fase final da seleção do júri para o julgamento de Sean “Diddy” Combs por tráfico sexual e associação criminosa foi adiada para segunda-feira (12), por decisão do juiz Arun Subramanian, que preside o caso em Nova York.

O adiamento atendeu a um pedido da equipe de defesa do rapper, que expressou preocupação com a possibilidade de desistência de jurados durante o fim de semana, caso o painel fosse finalizado nesta sexta-feira, 9. A promotoria se opôs à mudança.

Na segunda-feira, os 45 jurados restantes serão reduzidos a 12 titulares e seis suplentes. A expectativa é que essa etapa leve menos de uma hora, seguida imediatamente pelas alegações iniciais.

Combs, de 55 anos, foi preso em setembro e responde por acusações de conspiração para formação de quadrilha, tráfico sexual e transporte com intenção de promover prostituição. Ele está sob custódia desde então, declarou-se inocente e nega todas as acusações.

Caso condenado em todas as frentes, o artista pode pegar no mínimo 15 anos de prisão, podendo chegar à prisão perpétua.

Segundo a acusação, Combs teria usado sua fama e rede de negócios para cometer diversos crimes ao longo de décadas, com auxílio de assessores e associados. Os delitos incluem tráfico sexual, sequestro, trabalho forçado, suborno, incêndio criminoso, aliciamento para prostituição e obstrução de justiça.

O processo alega ainda que Diddy teria comandado os chamados “freak offs” — orgias induzidas por drogas, nas quais mulheres seriam forçadas a fazer sexo com homens contratados, enquanto eram filmadas por ele.

A defesa afirma que o governo está tentando criminalizar relações consensuais, alegando que as interações sexuais em grupo foram consentidas por todos os envolvidos.

Ao menos três, das possivelmente quatro vítimas, devem depor. No entanto, uma delas, identificada como “Vítima-3”, pode não testemunhar, segundo a promotoria, devido a dificuldades de contato com sua advogada.

Nesta sexta, os advogados de Diddy disseram que pretendem apresentar provas de que havia violência mútua entre o cantor e sua ex-namorada, a cantora Cassie Ventura, uma das principais testemunhas. O juiz demonstrou ceticismo quanto a essa linha de defesa e decidirá sobre a admissibilidade dessa evidência na segunda-feira.

+++ LEIA MAIS: Julgamento de Sean 'Diddy' Combs por tráfico sexual começa nesta segunda (5)

+++ LEIA MAIS: Kanye West sugere que 'Cassie extorquiu' P. Diddy com acusação de agressão

+++ LEIA MAIS: P. Diddy: Advogado renuncia após dizer que não pode trabalhar para o rapper

+++ LEIA MAIS: 'The Fall of Diddy’: veja o trailer da série documental sobre as acusações contra Sean Combs